A experiência nas ilhas Galápagos

Texto e fotos de Marcia Faria

Galápagos é um daqueles lugares que todo viajante com espírito aventureiro sonha em conhecer, nossa querida amiga Marcia Faria explorou o arquipélago e conta aqui em quatro posts como foi sua passagem neste santuário do Oceano Pacífico. Ela captou belas cenas da vida selvagem e passa dicas e sugestões de passeios incríveis que você também pode fazer! Dá uma lida no primeiro, garanto que vai gostar!

Vista aérea da Ilha de Baltra, Galápagos.

Galápagos é o sonho daqueles que trocam qualquer destino famoso pela natureza em seu estado mais puro e selvagem. Um verdadeiro santuário onde a rica biodiversidade permitiu ao naturalista britânico Charles Darwin desenvolver sua teoria sobre a evolução e seleção natural das espécies. Seus visitantes são pessoas geralmente mais conscientes nas questões ambientais e se preocupam mais com os impactos que possam causar aos ecossistemas. Tipos despojados de luxo e conforto, seres mais atentos com a natureza que tem atitudes menos consumistas e responsáveis no descarte com o lixo e/ou objetos. Por esta razão você irá constatar que Galápagos tem as praias mais limpas deste planeta! Não é sonho, esse lugar existe, podemos aprender com os bichos e pessoas neste modo consciente.

Centro de Pesquisas Charles Darwin em Puerto Ayora

Um santuário em vida selvagem

Um verdadeiro oásis para várias das espécies que circulam neste oceano e aqueles que escolhem Galápagos como berçário. Funciona como um spa, as criaturas do mar vem ao arquipélago para se alimentar, descansar, se acasalar e ter seu filhotes. Uma explosão de vida marinha nas proximidades das ilhas! talvez seja por isto que a mansidão seja um diferencial no comportamento dos animais de Galápagos, inclusive os temidos tubarões. Não há registro de ataques aos humanos. Os tubarões do Atlântico atacam mais os banhistas e mergulhadores por conta das mudanças ambientais que afetam sua dieta e consequentemente no comportamento destes animais, principalmente a faixa litorânea que sofre diretamente com as intervenções antrópicas, que por sua vez, provocam a escassez do alimento. Ou seja, em Galápagos, estes e outros grandões não costumam atacar, entram no clima slow life e aproveitam a passagem para se cuidar, quem sabe encontrar seu par, pois a vida por estas bandas é calma, abundante, muito próxima ao equilíbrio, e é por causa disto que você viverá uma experiência única dando de cara com eles e se apaixonando por estas criaturas

Existem várias espécies endêmicas (que ocorrem somente em um determinado local) nas ilhas de Galápagos. A tartaruga gigante por exemplo, tem espécies diferentes para cada ilha, com tamanho diferenciado do pescoço e formas diferentes de seu casco, mas você ficará impressionado mesmo é com o seu tamanho, todas são enormes! As iguanas marinhas são animais muito exóticos que existem somente neste ponto do planeta. Podemos observá-las a todo momento, em cores diferentes, às vezes isoladas ou em convívio harmonioso com os leões marinhos e aves ao longo do litoral de Galápagos. As aves atravessam de uma ilha para a outra, algumas muito diferentes e exóticas, como o atobá de patas azuis, as fragatas com papo vermelho, pelicanos, pinguins que nunca veremos em nosso litoral, mas é neste arquipélago do Pacífico que são encontrados em abundância e como bons nativos, são mansos, sempre mansos.

Onde Ir e onde ficar

O arquipélago de Galápagos é composto por 13 ilhas principais e 6 ilhas menores, mas são as ilhas de Santa Cruz, Isabela e San Cristóbal que possuem boa infraestrutura turística para receber e acolher os viajantes que irão precisar de muita energia, tempo e dinheiro para conhecer tudo de uma vez. A Ilha Floreana também oferece a possibilidade de acomodação em alguma guesthouse, porém só tem ferry aos domingos para lá.

Foram 9 dias em Galápagos, pernoitei 5 em Puerto Ayora na Ilha de Santa Cruz, local com as melhores acomodações turísticas e de onde saem a maioria dos passeios e 4 em Puerto Villamil na Ilha Isabela, a maior do arquipélago. É fundamental planejar o roteiro em Galápagos verificando bem o aeroporto da sua companhia aérea, pois se desembarcar em San Cristòbal por exemplo, valerá mais a pena tirar uns dias para conhecer esta ilha, a preferida dos lobos marinhos e da galera do surf. Lembrando que cada travessia de barco (ferry) que faz a conexão com estas 3 ilhas principais, é cobrado US$35 cada trecho, ou seja, se tiver interesse em Isabela ou São Cristòbal, deve-se reservar US$70 para o traslado, considerando o seu retorno ao mesmo aeroporto.
Outras ilhas que fazem parte do arquipélago que merecem uma visita, é claro se tiver tempo e dinheiro para os passeios/cruzeiros são as ilhas de San Cristóbal, Santa Fé, Santiago, Bartolomé, Fernandina e Espanhola.
Eu conheci Daphne Minor e North Seymour que foram meus pontos de mergulho, não eram muito distantes da Ilha de Santa Cruz e durante o trajeto avistamos outras ilhas ao norte do arquipélago.

Quando devo ir

Em qualquer época! Em Galápagos, praticamente não há verão e nem inverno, temos os dias e as noites com a mesma duração. O mecanismo das correntes oceânicas marcam as “estações” nesta parte do globo, e geralmente são mais frias em Julho, Agosto e a vida toda que depende do alimento produzido no mar, se concentra nesta faixa do Pacífico. Há viajantes dos quatro cantos do mundo que chegam a todo tempo nos dois aeroportos de Baltra e San Cristòbal. Os americanos em maior número bem como os europeus buscam no período de julho, temporada mais agitada de Galápagos com muitos mergulhadores que desejam avistar os tubarões-baleias que preferem esta época nas ilhas Wolf & Darwin. Os brasileiros chegamos mais frequentemente em Janeiro e Fevereiro, período mais tranquilo em Galápagos para passeios naturalistas quando os mares são os mais calmos e as águas com a temperatura mais agradável.

Taxas e regras básicas

Os turistas pagam US$10 de taxa de vistoria no aeroporto de Quito ou Guayaquil de onde decolam os aviões para Galápagos, mais US$100 ao desembarcar em Galápagos para a entrada do Parque Nacional. Os países membros do Mercosul pagam a metade, ou seja, nós brasileiros, desembolsamos US$50 de taxa de entrada. Lembrando que as bagagens são rigorosamente inspecionadas em ambos os aeroportos (de origem e destino), pois não é permitido levar nenhum tipo de material orgânico, de origem animal ou vegetal, justamente para não haver contaminação nos solos de Galápagos. Guardem o papel de identificação emitido após a 1a inspeção, pois terá que apresentá-lo na entrada de Galápagos.
A moeda em todo o Equador é o dólar americano e a língua oficial é o espanhol.
Há vários sites que informam a necessidade do certificado internacional de vacina contra febre amarela, é sempre bom estar com a vacina em dia e levar este certificado junto do seu passaporte, é claro! E para quem mergulha, não se esqueça de levar na mala o logbook, afinal de contas, um carimbo em Galápagos é um grande feito, concorda?