Viajar de motocicleta pela América do sul, um dos lugares mais inóspitos e mais cobiçados pelos motociclistas para grandes viagens é sem dúvida o Deserto de Atacama. Lá podemos encontrar paisagens exuberantes, como montanhas com picos nevados, lagos com águas verde-esmeralda ou imensas salinas e toda essa beleza atrai gente do mundo inteiro. É possível encontrar motociclistas vindos de várias partes do mundo e principalmente, nós brasileiros. Vivenciamos tudo isso em 21 dias de viagens desde o Rio de Janeiro e fizemos esse post com 11 perguntas e resposta para dividir com vocês as dúvidas que tivemos antes da viagem. Espero de ajudem!

1. Existe uma melhor época para viajar de motocicleta ao Atacama?

Sim, viajar de motocicleta deixa você mais exposto então procurar saber as condições climáticas do local é o ideal, para o Atacama a melhor época é entre Outubro e Março. As temperaturas variam entre 30/35 graus durante o dia e esfria bem à noite chegando próximo a 0º. Além disso as chances de pegar neve nas estrada no alto da cordilheira, que pode ocasionar o fechamento da rodovia, é mínima. Na região do Chaco, no norte da Argentina faz um enorme calor, é muito quente, é tão quente que existe um lugarejo chamado Pampas del Infierno, mas sol, chuva, calor e frio fazem parte da rotina de um motociclista.

2. Que tipo de moto devo ter para essa viagem?

Qualquer moto em bom estado e com manutenção em dia pode ser usada se você for pela rota mais procurada, via Paso Jama, que é toda asfaltada. As motos acima de 650CC são mais recomendáveis. As Custom e as big trail, como as BMW são as mais comuns e mais confortáveis. Mas vi motos 250CC indo na boa.

3. Preciso ter experiência de pilotagem para fazer uma viagem dessa?

Não, Se fizer um bom planejamento, pilotar com segurança, não há problema algum. Os dois primeiros dias, você chegará ao destino para pernoite exausto, mas depois que começar a entrar em ritmo de viagem, será mais tranquilo.

4. Posso viajar com uma moto que não está no meu nome?

Pode, desde que tenha uma autorização reconhecida em cartório e com Apostilamento com reconhecimento internacional, que é bem fácil de se conseguir. Veja como fazer Clicando Aqui!

5. Preciso do PID (Permissão Internacional para Dirigir) para pilotar no Chile e Argentina?

No Chile sim, logo na fronteira, no Passo Jama, esse documento será solicitado pelos agentes alfandegários. Na Argentina não é obrigatório, mas é sempre bom apresentar, evita qualquer discussão, sobre o documento de habilitação.

6. Posso ter problemas com a policia Argentina ou Chilena?

Apesar de termos conhecimento de problemas com a polícia, com cobrança de propina a brasileiros que viajam para a Argentina, em toda nossa viagem não tivemos problema algum. É fato que, principalmente no trecho entre Posadas e São Salvador de Jujui você passará por inúmeras barreiras, mas se estiver com a sua documentação e da moto em dia e estiver seguindo corretamente as regras de trânsito dificilmente terá problemas.

7. É perigoso viajar sozinho?

Não, mas com pelo menos mais uma moto é o ideal, assim se houver algum problemas, você terá alguém para ajuda-lo, se bem que de uma maneira geral, principalmente na estrada, alguém sempre ira parar para ajudar.

8. As estradas Argentinas e Chilenas são boas?

Sim, a malha rodoviária na Argentina e no Chile é composta basicamente por vias de pista simples, poucos são os trechos duplicados. Mas de um modo geral as rodovias são bem conservadas e bem sinalizadas.

9. Posso me sentir mal ou ter problemas com a moto ao atravessar a cordilheira dos Andes?

É pouco provável, você vai subir e descer a cordilheira em poucas horas e não terá tempo de passar mal, a não ser que resolva dormir em Susques que fica a quase 4000m. Quanto as reações das pessoas em altas altitudes, cada uma reage de uma forma. Algumas pessoas podem sentir dor de cabeça, enjoos, e outras não sentirem nada. Beber bastante água é uma ótima recomendação. Quanto as motos, você não terá problema ao rodar em alta montanha com uma moto com injeção eletrônica. Já com as motos carburadas você poderá perder potencia devido a menor quantidade de oxigênio, mas nada que prejudique sua viagem. No nosso caso que tínhamos duas Shadow carburadas, retiramos os filtros de ar para elas “respirarem” melhor e seguimos em frente.

10. Existem postos de combustíveis em todo o roteiro?

Sim, no máximo a cada 200 km você encontrará um posto. Usamos a tática de sempre que encontrávamos um a partir de 80 km percorridos, parávamos para reabastecer, isso porque nos lugares mais remotos, principalmente no norte da Argentina e na cordilheira dos Andes, poderíamos chegar a um posto com o tanque vazio e não ter combustível, o que não é surpresa nessas regiões. A outra opção é levar um galão de reserva, mas lembre-se não Argentina e no Chile os postos só colocam gasolina em galões homologados, próprio para gasolina, aqueles vermelhos.

11. Perde-se muito tempo na aduana em Paso Jama?

De um modo geral não. A aduana é conjunta com os dois países e você vai passando por vários guichês, cada um apresentando um documento, no último será feito uma vistoria na sua motocicleta. Agora atenção, é extremamente prudente chegar ao Paso Jama até as 15h00hs para poder seguir até San Pedro do Atacama ainda de dia, pois além do frio é muito perigoso pilotar a noite por conta dos animais que frequentemente atravessam a rodovia.

Ainda tem dúvida? Faltou alguma pergunta? Envie para nós, que respondemos e incluímos aqui!

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