Manaus: A Porta de Entrada para a Amazônia

Chegar a Manaus é como desembarcar em outro mundo. A cidade parece brotar do meio da floresta, cercada por rios imensos e um verde que domina o horizonte. É impossível não se impressionar com a mistura de história, natureza, cultura e gastronomia que existe aqui.

Manaus foi a primeira parada de uma viagem pelo norte do Brasil que ainda contemplou Alter do Chão, Santarém e Belém no Para. Logo na chegada, percebemos que Manaus é muito mais do que o ponto de partida para conhecer a Amazônia, ela é parte viva da floresta. Caminhar pelo centro histórico, ver o Teatro Amazonas brilhando em tons de rosa, mergulhar nas águas escuras do rio Negro ou explorar o Encontro das Águas, onde os rios Negro e Solimões se tocam sem se misturar, são experiências que ficam na memória.
Dia 1 – Chegada a Manaus / Tambaqui de banda / Passeio pelo centro histórico
Chegamos em Manaus no final da manhã e depois da hospedagem seguimos para almoçar no badalado Restaurante Tambaqui de Banda, que fica em frente ao Teatro Amazonas, para experimentar um dos pratos mais tradicionais e queridos da culinária amazônica, Tambaqui de Banda. O nome vem da maneira como o peixe é preparado: o tambaqui (um peixe típico dos rios da Amazônia) é aberto ao meio, formando uma “banda”, e assado na brasa ou na grelha. Uma delícia!
Tambaqui de banda
Depois fomos conhecer esse famoso Teatro, mas para azar nosso tinha um evento e não foi possível fazer a visita, então partimos em direção ao Centro histórico, passando pelo Palácio da Justiça logo atrás do teatro. Caminhamos até o Palácio Rio Negro e um pouco mais a frente chegamos à região do Porto de Manaus. Uma foto com a torre do Relógio Municipal ao fundo é inevitável, e com a Catedral de Manaus a direita, a terceira igreja erguida no mesmo local desde 1659. Deixamos para conhecer o Mercado Municipal Adolpho Lisboa no dia seguinte, já que faríamos o Encontro das Águas, pois a agencia que reservamos o passeio ficava justamente num stand do mercado.
Mercado Municipal Adolpho Lisboa
Dia 2 – Museu do Seringal / Praia de Ponta Negra
No dia seguinte seguimos de Uber até a Marina do Davi, onde pegamos um barco para conhecer o Museu do Seringal Vila Paraíso, localizado no Igarapé São João. Este museu aproveita o cenário do filme “A Selva”, e reproduz realmente um seringal que existiu a 600 km de Manaus. Ali de um modo teatral comandada por uma guia local, vivenciamos tudo sobre o Ciclo da Borracha, num período que contribuiu para a ascensão econômica do Amazonas.



Presenciamos um cenário que reproduz o modo de vida da sociedade seringueira no início do século 20, e conhecemos como os seringueiros trabalhavam extraindo o látex das árvores e vivendo em um sistema de trabalho análogo à escravidão.



Terminando com uma visita guiada de pouco menos de uma hora que percorre toda a propriedade. Passando pela casa da família do coronel, o armazém dos empregados, tenda dos seringueiros, a capelinha, a sala de banho das mulheres, entre outras.
Na volta do museu, fomos dá um mergulho na Praia de Ponta Negra, a mais famosa de Manaus.
Praia de Ponta Negra
Dia 3 – Encontro das Águas / vitórias-régias / botos / ritual indígena.
Pegamos um barco no Cais que fica localizado atrás do Mercado Adolpho Lisboa, às margens do Rio Negro para fazer diversos passeios. Leva cerca de 6 horas, dependendo do roteiro.
Boto cor de rosa
Nossa primeira parada foi para nadar com os botos cor de rosa. Os animais vivem livres nos rios, mas já estão acostumados à presença dos guias locais, que atraem os botos com peixes. Você entra na água com colete e pode interagir e nadar ao lado dos botos, mas sempre com monitoramento de um guia. Os botos são curiosos e inteligentes, fazem brincadeiras, passam bem perto e até “posam” para fotos. É uma experiência muito tranquila e encantadora.
- Dicas
- Leve roupa de banho e toalha
 - Use protetor solar biodegradável (para não prejudicar a água e os animais)
 - Não leve comida ou objetos brilhantes para a água
 - Prefira agências autorizadas que respeitem as normas ambientais e o bem-estar dos animais
 
 
Visita a comunidades indígenas
A visita a uma comunidade indígena em Manaus é uma experiência cultural muito rica. Uma oportunidade de conhecer de perto os costumes, danças, crenças e modo de vida dos povos originários da Amazônia. Quando o grupo chega, os indígenas recebem os visitantes com muita hospitalidade. Você pode receber pinturas simbólicas, que têm significados ligados à natureza e à proteção espiritual. Há danças e cantos tradicionais com instrumentos típicos (maracás, tambores, flautas). Eles convidam os turistas a participar de uma dança, é divertida e respeitosa.
- Dicas
- Leve repelente.
 - Sempre peça permissão antes de tirar fotos (especialmente de crianças).
 - Evite gestos invasivos — lembre-se que é uma experiência cultural, não um espetáculo.
 
 
Pirarucu, almoço em restaurante flutuante e Observação das vitórias-régias
Posteriormente conhecemos um local a beira de um Igarapé onde a atração são os pirarucus, o maior peixe da Amazônia, que chega medir 3 metros e pesar mais de 200 kg. Em seguida paramos para almoçar numa comunidade ribeirinha de nome Ipixuna. Restaurante self-service Rainha da Selva, comida muito boa com muitas opções. E alí mesmo, após o almoço, seguimos por uma trilha suspensa para conhecer um lago com as famosas vitórias-régias, que infelizmente tinha poucas, devido a época de estiagem.
Visita ao Encontro das Águas
Finalizamos o dia com uma das prjncipais atrações da cidade, o tradicional passeio “Encontro das Águas.” Onde o Rio Negro com suas aguas escuras encontra com as águas barrentas do Rio Solimões, formando o Rio Amazonas. A partir deste ponto as águas correm lado a lado sem se misturar por aproximadamente 6 quilômetros. Este fenômeno ocorre devido as águas dos dois rios não se misturam, pois às suas diferentes características de composição química, velocidade e temperatura, impedem a sua fusão imediata. Na volta ao cais, aproveitamos para conhecer o Mercado Adolpho Lisboa(1883), um Mercado histórico, com uma linda arquitetura, ótimo pra comprar produtos locais, artesanato, frutas amazônicas e experimentar comidas típicas.


Dia 4 – Visitas ao Museu da Amazônia e Teatro Amazonas
Museu da Amazônia (MUSA)
Em nosso último dia de passeio em Manaus visitamos na parte da manhã o Museu da Amazônia (MUSA), dentro da Reserva Florestal Adolpho Ducke. É uma maneira muito legal de entender a biodiversidade da região, sendo um passeio imperdível para ter contato com a floresta. No museu, é possível apreciar exposições temporárias e permanentes, como o viveiro de orquídeas e bromélias, aquários com peixes, serpentes, aranhas e escorpiões, além de lagos com vitórias régias.
Além disso, há sete trilhas na floresta que proporcionam agradáveis passeios aos visitantes. No fim de uma dessas trilhas, existe uma torre de observação de 42 metros de altura. A subida pela longa escadaria compensa quando se chega lá no topo; o que se tem à frente é uma paisagem bela e vasta das copas das árvores.
Teatro Amazonas
Dali seguimos direto para o Largo de São Sebastião onde almoçamos e onde também está localizado o principal cartão postal de Manaus, o Teatro Amazonas. Inaugurado em 1896, com sua linda arquitetura, sendo a cúpula um dos pontos mais emblemáticos, por ser revestida por 36000 peças esmaltadas vindo da França nas cores da bandeira brasileira. Após o almoço fizemos uma maravilhosa visita guiada no teatro de cerca de 1hora, que revela toda sua história, arte e detalhes arquitetônicos.
Considerações Finais
- Dependendo do seu objetivo, achei 4 dias o tempo razoável para Manaus.
 - Levar repelente, protetor solar, roupas leves e capa de chuva. O calor é forte, e as chuvas são rápidas e intensas.
 - Usamos carro de aplicativo todo tempo, não compensa alugar carro, na maioria do tempo você estará em um barco.
 - Como estávamos em dois casais utilizamos para hospedagem o Airbnb, no bairro de Flores, o custo ficou bem em conta. 
 
Texto: Valdir Neves


























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