Museu do Louvre
Museu do Louvre

Deixamos para o gran finale de nosso giro pela Europa, Paris. Como pensar em uma viagem dessa sem conhecer essa metrópole romântica, bela, que respira cultura, não dá para ficar indiferente a magia que a cidade luz exerce sobre seus visitantes. Quem nunca sonhou em passar a lua de Mel nessa Cidade, ver de pertinho os encantos da Torre Eiffel, conhecer o Palácio de Versalhes, tomar um cafezinho em um dos cafés Parisienses ou simplesmente sentar à beira do Rio Sena para apreciar o entardecer.

Ao deixar os Alpes Suíços, pegamos a autoestrada A36 até Beaune, na Borgonha, já em território Frances, depois a A6 até Paris, percorrendo aproximadamente 670 km em quase 7 horas de viagem. A vasta e esparsamente povoada região da Borgonha é ideal para quem gosta de viajar sem pressa, ocupa todo o coração da França e tem mais de 2 mil vilas e cidades medievais, todas encantadoras e charmosas, com suas principais cidades Auxerre, Beaune e Dijon. Uma visita a Borgonha é um mergulho profundo na cultura e na história da região e todos os caminhos levam à boas e fartas mesas e a um bom vinho. A região possui lindas paisagens com vales e colinas, monumentos exuberantes, séculos de história, muita gente simpática e muitos, mas muitos vinhedos.

20º Dia: A caminho de Paris | Paris Iluminada

Ao aproximar de Paris, ainda bem longe da entrada da cidade, as paisagens excitam mais a nossa imaginação quando vislumbramos a imponente Torre Eiffel, inaugurada em 1889, para as comemorações do centenário da revolução francesa, a torre é visita obrigatória de qualquer turista na cidade e se transformou no principal símbolo de Paris. A torre tem três andares, diversos elevadores, pesa sete mil toneladas, tem 300 metros de altura e 1652 degraus da base ao topo. Desde sua inauguração grande parte da população parisiense via a estrutura construída pelo engenheiro Gustave Eiffel como assustadora, destoando totalmente do ambiente harmônico da cidade. Artigos na imprensa e abaixo assinados exigiam sua demolição imediata assim que as comemorações fossem encerradas, mas somente em 1909 quase foi demolida, e no ano seguinte, quando foi usada como base da antena de telégrafo de Paris demonstrou sua utilidade e conseguiu escapar de virar ferro velho, alguns anos depois foi usada também como base das antenas de rádio e de televisão. Atualmente este fascinante monumento é visitado por quase sete milhões de turistas por ano de todas as partes do universo e causa certa surpresa imaginar que por pouco ficamos sem esta maravilhosa atração turística que foi quase demolida.

Chegamos ao nosso hotel em plena Place de la Repubique, bem no centro de Paris, com tempo ainda para conhecer o que tinha por perto. Esta não é considerada uma região chique, mas é um dos pontos mais movimentados da cidade, local frequentemente escolhido para manifestações sociais, estudantis, etc. No centro da linda praça, que infelizmente estava em obra, destaca-se uma imensa estátua feminina representando a figura da república. Por aqui estão alguns bons hotéis turísticos, diversas lojas de fast food, lojas de departamento, muitas lojas populares oferecendo praticamente de tudo a bons preços e principalmente o metrô, interligando toda cidade.
Deixando a Place de la Republique para trás, seguimos pela Rue du Temple, onde estão diversas lojas oferecendo malas e artigos diversos em couro, onde alguns compraram mais malas, hehehehe, e mais adiante, lojinhas de bijuterias e joalherias. Este é um trecho da cidade com ruas estreitas e antigas, pequenas e tradicionais lojas, e quase sempre com trânsito intenso, porém mesmo assim é um lugar pitoresco e vale a pena ser percorrido com calma, pois reserva surpresas inusitadas em cada esquina.

Depois do jantar, saímos para o famoso tour Paris à noite. Neste passeio conhecemos os principais monumentos da cidade de Paris iluminados e só agora percebi porque a chamam Cidade Luz, e como dizem os franceses, magnifique!

Primeiro passamos pela Prefeitura da cidade, depois Place de la Bastile, símbolo da Revolução Francesa, e a seguir no Bairro de Marais, onde predominam os bares GLS, em St-Germain-des-Prés e no Quartier Latin, a boemia é mais “intelectualizada” e há muitos bares latinos, mas também várias casas de jazz que agitam a cidade à noite toda, Louvre, Pont Neuf, la Cathédrale Notre-Dame, Place du Châtelet, Place de la Concorde, Petit et Grand Palais, Avenue des Champs Elysées, Invalides, Eglise de la Madeleine, Opéra e outros monumentos que não lembro agora. Paramos em alguns para fotografias, porém o ponto culminante do passeio noturno não poderia deixar de ser a Torre Eiffel. Chegamos a um mirante situado entre a Esplanade du Trocadéro e o Palais de Chaillot, de onde obtivemos uma visão espetacular da Torre, ela alí imponente, toda iluminada bem a nossa frente e com os jardins du Trocadéro e o Rio Sena dando mais charme ao cenário, realmente é um momento indescritível e não tem preço. Ficamos naquele lugar por um bom tempo até que a Dama de ferro, como a chamam os parisienses, nos blindasse com um novo espetáculo, agora com mais luzes de cor prateada, parecendo um pisca-pisca gigante, em contraste com a luz de cor amarela. Todos curtiram extasiados aquele momento lindo e mágico, e novamente muitos flashes pipocaram em reverência a personagem principal. Repito, só não se emociona quem não tem sensibilidade ou até mesmo coração. Voltamos em direção ao hotel observando outras lindas atrações que só Paris oferece.

21º Dia: Tour Panorâmico | Perambulando pela Cidade

Na manhã seguinte começamos com um tour panorâmico pela cidade, basicamente passamos e paramos rápidamente para visita aos principais monumentos históricos e turísticos da cidade luz, tais como, Place de La Bastille, Catedral de Notre Dame, Patheon, (este prédio abriga a sepultura de grandes vultos da história francesa, como Jean Moulin, Marie e Pierre Curie, Émile Zola e Victor Hugo, entre outros), Boulevard Saint-Michel, Quartier Latin, Conciergerie, Hotel de Ville (prefeitura), Marais, Centro Pompidou, Place des Vosges, Rue de Rivoli, Opera, Place Vendôme, Place e Igreja da Madeleine, Place de la Concorde, Grand Palais, Petit Palais, Champs-Elysées, Arco do Triunfo, Bon Marché de Rive Gauche, Jardin de Luxembourg, Sorbonne, Palais de Justice, Pont Neuf, Torre Eyffel, Palais Royal, e Museu do Louvre, nossa última parada, bem em frente a Place de Palais Royal.

Almoçamos num dos muitos restaurantes existentes na Rue Rivoli e como estava chovendo, abortamos o nosso roteiro preestabelecido que era visitar a Torre Eiffel e passear pelo Rio Sena à noite e retornamos ao Louvre, um dos mais famosos e maiores museus do mundo, que devido ao seu tamanho e ao grande número de obras, levaríamos vários dias para conhecer detalhadamente seu acervo, dizem que, quem apreciar cada obra durante somente um minuto precisará de uma semana para ver todo o acervo, se tiver dúvida é só ver pra crer.

Como nosso tempo era restrito, parte do grupo resolveu entrar para conhecê-lo e ver uma de suas principais atrações, o quadro Monalisa pintado por Leonardo da Vinci. Outra parte do grupo, inclusive eu, resolveu dar uma volta pelo pátio interno do museu, onde encontram-se um belo jardim e a polêmica Pirâmide de Vidro e o acesso principal do museu. A construção da pirâmide fez parte de um audacioso projeto de revitalização destinado a preparar o Louvre para o terceiro milênio, além da revitalização de todo subsolo do museu que foi transformado num shopping.

Depois seguimos a Avenue de l’Opera em direção ao famoso Teatro Opera de Paris, como era comumente chamado, antes da inauguração da Ópera da Bastilha em 1989, passando então a ser chamado Ópera Garnier ou Palais Garnier. O edifício com sua imponente fachada é considerado uma das obras-primas da arquitetura de seu tempo, construído no ano de 1669 em estilo neobarroco por Luís XIV, tem capacidade para 1979 espectadores sentados, e em determinados dias e horários, o salão está aberto a visitação pública. No entorno do prédio, está uma área conhecida como a dos Grands Magazins, onde estão as Galleries Lafayette e Printemps,entre outras, lojas lançadoras de moda, situadas no Boulevard Hausmann e rue La Fayette, e mesmo que você não pretenda comprar nada, não deixe de fazer uma visita, principalmente a Galleries Lafayette, um dos endereços mais visitados por turistas em Paris.

A galeria tem como slogan “Ici, la mode vit plus fort” (“Aqui, a moda vive mais forte.”), e seu prédio em estilo Art Nouveau, tendo sua gigantesca cúpula revestida por um suntuoso e belíssimo vitral construída em 1912, comemora este ano seu centenário.Esta grande loja de departamentos, que reúne desde marcas mais populares até as grifes mais célebres, sempre teve como princípio combinar compras com cultura. A chuva deu uma trégua e descemos novamente a avenida, agora observando com mais detalhes os elegantes prédios residenciais, lojas de grife, e renomados cafés e restaurantes. Encontramos o restante do grupo no subsolo do Louvre, visitamos a Pirâmide Invertida, sentamos num dos cafés ali existentes e curtimos muito aquele momento. Depois retornamos ao hotel.

22º Dia: Palácio de Versalhes | Passeio no Rio Sena | Torre Eiffel

A parte da manhã do penúltimo dia foi reservada para uma visita ao exuberante Palácio de Versalhes, uma construção realmente imponente, luxuosa e lindíssima situada na cidade de Versalhes, subúrbio de Paris. O palácio começou ser construído nas primeiras décadas do século XVII e só foi finalizado durante o governo de Luis XIV. Foi utilizado como centro do poder real francês durante o absolutismo e representava o grande poder econômico e político da realeza francesa nos séculos XVII e XVIII. Possui 700 quartos, 2 mil janelas e mais de 1000 lareiras. Internamente é muito luxuoso, possui obras de arte, detalhes em ouro no teto e paredes,lustres de cristal e pisos de mármore em cores variadas. Foi transformado em museu no ano de 1837 e é considerado um dos maiores palácios do mundo e Patrimônio Mundial da UNESCO.

O palácio está cercado por uma grande área de jardins com aproximadamente, 700 hectares, e possui no eixo central dos jardins o Grand Canal, de 1,7 km de comprimento, que foi elaborado para refletir o sol poente. Ao seu redor ficam plantações, canteiros, alamedas e lagos, isso sem falar das lindas fontes e estátuas de mármore e bronze colocadas pelo caminho. O Palácio é um dos pontos turísticos mais visitados da Europa, como o parque é grande, uma espécie de trem envidraçado faz um passeio entre os monumentos. Um fato que chamou nossa atenção foi a grande quantidade de africanos no portão de entrada do palácio, vendendo informalmente produtos, provavelmente contrabandeados de países asiáticos, a preços bem acessíveis para o padrão francês.

Regressamos ao centro de Paris e nos dirigimos para o cais do Rio Sena que fica bem próximo a Torre Eiffel, para passear de bateaux mouches pelo rio, que é um dos mais concorridos passeios de Paris. Há todo tipo de pacote, optamos por um simples cruzeiro por este rio cujas margens são listadas como Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO, deslizamos pela águas serenas do rio, passando sob pontes históricas como a Alexandre III e a Pont Neuf( Ponte Nova ) que, aliás, é a mais antiga da cidade, e tangenciamos edifícios e monumentos históricos como o Museu do Louvre, a Conciergerie, a Esplanada dês Invalides, a Catedral de Notre Dame e lógico a Torre Eyfell que é o começo e final do passeio.
Há também os passeios noturnos, que faríamos na noite anterior, mas infelizmente tivemos que abortar, devido ao mal tempo na cidade. Este passeio conta com serviço completo, incluindo jantares românticos, acompanhados de vinhos, tudo com as cores da cidade iluminando as águas tranquilas do rio. Se quiser fazer um passeio mais simples ainda, mas igualmente divertido, pegue o táxi fluvial, o Batobus. Ele passa por 8 portos de paradas e você pode subir e descer o quanto quiser, é uma solução bem flexível e mais barata. A maioria das operadoras faz passeios de uma hora, com saídas frequentes (mas com horários reduzidos na baixa temporada), sem direito a paradas. Os comentários do serviço de som são expressados em diversos idiomas, incluindo o português.

Finalizado o passeio e saindo rapidamente do cais, seguimos direto para conhecer o símbolo máximo da cidade, a Torre Eiffel. Até aqui tínhamos visto a torre de vários ângulos, durante o dia e a noite, mas só de longe, agora estávamos ali, sob ela, um ser ínfimo, diante da sua grandeza, e o meu primeiro pensamento foi, “nossa, ela é maior do que eu pensava, realmente é gigantesca”. Fiquei hipnotizado por alguns minutos, admirando aquela obra maravilhosa, uma visão realmente bonita e encantadora, porém logo me despertaram daquele êxtase, pois tínhamos que enfrentar uma enorme fila para comprar o bilhete para subir a torre. Há bilhete para acessar ao 1º e 2º andar, e pagando-se um pouco mais para o 3º andar, que é o topo, que infelizmente estava fechado por motivo de obras. Já no elevador a primeira parada foi no restaurante, descemos somente no segundo piso e admiramos sob todos os ângulos a belíssima e exuberante vista de Paris, inclusive de outras atrações turísticas. Tiramos muitas fotografias, e como já começava anoitecer, pegamos o metrô e retornamos ao hotel, pois nesta noite havíamos marcado um jantar comemorativo de despedida de parte do grupo.

Um fato interessante ocorrido após nossa saída da Torre, aconteceu quando nos dirigimos ao metrô da estação Trocadero, encontramos montado um forte esquema de segurança em frente a estação, com dezenas de viaturas de polícia espalhadas em pontos considerados estratégicos, para controlar os possíveis protestos de muçulmanos após a publicação de caricaturas do profeta Maomé por um jornal satírico francês. O filme já havia provocado importantes contestações pelo mundo, inclusive em Paris. Ficamos preocupados, pois algumas entradas da estação estavam fechadas, porém tudo correu bem até nossa chegada ao hotel.

À noite seguimos para Montmartre, um bairro boêmio da cidade, que foi importante ponto de encontro de artistas e intelectuais, e que ficou famoso pela sua animada vida noturna. Modelos, bailarinas e pintores como Cézanne, Monet, Van Gogh, Renoir e Toulouse Lautrec frequentavam o lugar, contribuindo para criar um clima libertário. Hoje, as suas ruas ainda se animam com artistas, turistas e vendedores ambulantes. Paramos próximo a estação Anvers e subimos até o final da rue Steinkerque, onde pegamos o funicular que nos deixou no ponto mais alto da colina, se tiver pique pode encarar os mais de 200 degraus. Esta colina é famosa pela sua vista panorâmica sobre Paris e pela basílica Sacré-Coeur. Encontramos a famosa basilique du Sacré-Cœur toda iluminada, construída com mármore traventino que lhe proporciona uma tonalidade branca e com sua arquitetura inspirada na romana e bizantina que influenciou outros edifícios religiosos do século XX. Do alto de suas escadarias se descortina uma bela vista de Paris, quem quiser ainda mais pode subir até o mirante da igreja.

Logo após seguimos para Place Du Tertre, no coração de Montmartre, onde várias pequenas ruelas e escadarias convergem para este ponto, e milhares de visitantes, vendedores de lembrancinhas e artistas, como Picasso e Utrillo que tinham endereço fixo nesta praça, se encontram. Ao redor desta praça há muitos restaurantes simpáticos e acolhedores, bistrôs e antigas casas que conseguiram conservar a arquitetura da época, inclusive o restaurante que jantamos, o La Cremaillere. Este com data da Belle Epoque, foi inaugurado em 1926, mantém sua decoração igual à do princípio do séc. XX e, além disso, conta com um dos jardins internos mais belos de Paris. É ao mesmo tempo restaurante e cabaré e proporcionou ao nosso grupo uma agradável noite com música ao vivo, enquanto saboreávamos uma deliciosa refeição, regada a muito vinho francês. Nos divertimos muito naquele ambiente festivo, conversamos, brincamos, cantamos, inclusive música brasileira, realmente foi uma bela confraternização, uma pena, ser um jantar de despedida para muitos.

23º Dia: Último dia de Viagem

Nosso último dia em Paris começou dentro do metrô, primeira parada Ilê de La Cité. Esta ilha localizada bem no meio do rio Sena foi onde a cidade medieval de Paris foi fundada. Ao descer do metrô passamos primeiro pelo belo prédio do Palais de Justice, um prédio governamental cercado por grades e policiais, um setor deste conjunto está aberto a visitação pública e não pode ser esquecido, a Sainte Chapelle, considerada a mais bela capela de Paris, foi construída em 1240, e tinha como característica única possuir dois andares, sendo o superior destinado às orações dos nobres e o inferior destinado à plebe.

Caminhando um pouquinho mais chegamos às margens do Sena, guardada pelo imponente palácio da Conciergerie, que também deve ser visitado. Neste palácio Maria Antonieta ficou presa durante a revolução francesa até o dia que foi enviada para a guilhotina. Antes de deixar esta área para trás, aproveite para conhecer o belíssimo prédio Prefecture de Police, e o Hôtel-Dieu fundado em 651, é o hospital o mais antigo da capital.

Finalmente visitamos na ponta leste da ilha a magnífica e famosa Catedral de Notre Dame, uma das mais antigas catedrais francesas em estilo gótico da cidade. Não visitamos seu interior, nem suas torres, onde o simpático corcunda fazia suas travessuras, hehehehe, pelos motivos, fila grande e pouco tempo. A praça Parvis fica bem em frente a catedral, e em uma de suas laterais existe um escada que dá acesso às fundações de Lutecia, a vila que deu origem à Paris, que foi encontrada graças ao trabalho de arqueologistas, aquelas muralhas e paredes construídas antes de Cristo são o que restou da primeira comunidade construída na Ilê de la Cité, pelas tribos Celtas denominadas Parisii, se ainda sobrar tempo vale uma visita. Na ilha ficam ainda o Mercado de Flores e aos domingos, o Mercado de Pássaros de Paris, que são visitas interessantes, fora dos roteiros turísticos tradicionais, mas que fornecem uma boa visão da vida da cidade em seus aspectos cotidianos. Existe ali próximo outra ilha de nome Saint Louis que não visitamos.

Voltamos ao metrô e seguimos em direção à estação de Anvers, no bairro de Montmartre, no dia anterior visitamos este bairro à noite, onde descemos e realizamos um longa caminhada pelo Boulevard de Rochechouart e Boulevard de Clichy. Não estranhe a vizinhança ao longo desse percurso, basta lembrar que desde os tempos de Toulouse Lautrec, Montmartre sempre foi o bairro dos boêmios, casas noturnas, artistas e mulheres de vida nada fácil. Assim era e assim continua sendo até hoje, pois o que mais se encontra são sexshops e casas de shows eróticos, começando pelas mais populares até a mais refinada de todas, o Moulin Rouge. Nesta casa há espetáculos de música e dança com muitos efeitos visuais e coreográficos. O ambiente é decente e turístico; o nu das dançarinas de corpos esculturais é artístico e não tem nada a ver com pornografia.

Logo após o almoço pegamos o metrô e descemos na estação Charles de Gaulle e ao subir suas escadarias batemos de frente com o lindo e monumental Arco do Triunfo. Este monumento com 50 metros de altura começou a ser construído em 1806 e somente inaugurado em 1836 em comemoração às vitórias militares de Napoleão Bonaparte, e nesta exuberante obra estão gravados os nomes das 128 batalhas e 558 generais e em sua base situa-se o túmulo do soldado desconhecido. O arco localizado na praça Charles de Gaulle, uma das duas extremidades da avenida Champs Élysées, tornou-se ponto de partida ou passagem das principais paradas militares, manifestações e, claro, visitas turísticas.

Depois de muitas fotos no arco, resolvemos percorrer toda Avenue Champs Elysées, com aproximadamente quatro quilômetros até a outra extremidade, a Place de la Concorde. Ao longo da principal e mais charmosa avenida da cidade, encontramos uma enorme variedade de estabelecimentos, com restaurantes, galerias, lojas, a famosa casa de shows lido, e principalmente uma clientela de todo tipo que transitava pra lá e pra cá num vai e vem frenético. Ali perto da estação do metrô Champs Elysées – Clemenceau estão os belos prédios do Grand Palais e Petit Palais, aberto a visitação, sempre com ótimas exposições.

Retornando a Champs Elysées passamos pela casa onde Santos Dumont morou em 1903 e na loja da Renault onde nos deliciamos com alguns carrões ali expostos e chegamos à Place de La Concorde, a maior praça da capital francesa, uma das mais famosas e palco de importantes acontecimentos da história da França. Durante a revolução francesa tornou-se um grande teatro sanguinário, com a instalação da guilhotina. Das 2498 pessoas guilhotinadas em Paris durante a Revolução, 1.119 foram nesta e entre elas, ficaram gravados os nomes de Luis XVI, Maria Antonieta, Antoine Lavosier e muitos outros. No centro da praça está o Obelisco Luxor, com 3300 anos, doado pelo Egito a Paris em 1836 em reconhecimento ao feito do francês Champollion, primeiro tradutor dos hieróglifos e em frente a essa relíquia egípcia encontramos uma fonte com belíssimas esculturas pintadas de verde e dourado. Este é um ponto crucial da cidade, e está sempre cercado por um trânsito frenético e dezenas de ônibus turísticos, despejando centenas de visitantes por hora, inclusive com a celebração de um casamento no exato momento que passávamos, com dieito a limousine e outras coisas. No entorno da praça observamos belos prédios da belle epóque pertencente ao governo francês e a alguns metros de distância a Igreja de Santa Maria Madeleine e o Palácio Presidencial Francês, conhecido como Palais de l’Elysée.

A seguir atravessamos a Place de la Concorde e chegamos aos portões de entrada do lindo Jardin des Tuilleries, com muitos turistas caminhado no mesmo sentido que a gente, ou seja, em direção ao Museu do Louvre, ou no sentido oposto em direção ao Arco do Triunfo. A certa altura paramos para descansar e saborear um delicioso café num dos muitos quiosques ali existente. Curtimos aquele momento de muita paz, vendo os imensos e belos jardins floridos, com pássaros cantando e muitas crianças brincando descontraídas, realmente divinal. E assim praticamente acabou nosso passeio na cidade luz. Novamente pegamos o metrô e retornamos ao hotel e após o jantar nos dirigimos ao Aeroporto Internacional com uma carreta de malas, hehehehehehe.

Considerações Finais

O que dizer de Paris? São tantas coisas para relatar que nem sei por onde começar, pois tudo é bonito e gera harmonia, charme e cultura. Começamos então pelo símbolo da cidade luz, a Torre Eiffel que encabeça listas dos monumentos indispensáveis, e a primeira visão de perto da torre se tornará para sempre um momento inesquecível. Se tiver oportunidade, pegue um dos elevadores e vá até o último andar, de maneira que esteja lá quando a noite começar a cair, dizem ser a melhor vista de Paris, infelizmente não pudemos por motivo de obras. Se optar por não subir, se posicione em algum lugar, principalmente próximo ao jardin Trocadero e aguarde a dama de Ferro se vestir de luzes e garantir a você uma noite mágica, quer você esteja em casal, em família, entre amigos ou simplesmente sozinho. È imperdível.

Passeie de barco pelo Rio Sena, caminhe sem pressa por seus inúmeros e belos bairros vendo lojinhas, pessoas entrando na padaria, na florista, passando por aquela galeria antiga, nos restaurantes, sentindo enfim o clima e a atmosfera de cada bairro, e descobrindo surpreendentes revelações inesperadas que talvez seja uma das coisas mais marcantes de um passeio a esta cidade maravilhosa. Quando quiser variar, pegue o metrô e vá para outro lado da cidade. Montmartre, Ile de la Cité, Montparnasse, Trocadéro, Quartier Latin, Bastille, République, Étoile, Place Pigalle, Luxembourg, Defense, Marais, e uma infinidade de tantos outros lugares especiais. Ande também pela famosa Avenue Champs Elysées e se encante com suas badaladíssimas lojas de grifes e sinta o coração de Paris pulsando ali, aproveite ainda e visite pertinho o Arco do Triunfo que ainda é e sempre será, o símbolo do patriotismo e orgulho francês.

A capital francesa também tem variadas opções de museus e o Louvre, o mais famoso do mundo tem muito mais que a Monalisa de Leonardo Da Vinci e a lindíssima pirâmide de vidro, tem as coleções de escultura grega e de arte egípcia que são inesquecíveis.

Reduto dos artistas, o bairro de Montmartre é uma área histórica e possibilita a melhor vista da cidade a partir da igreja de Sacre-Coeur e um passeio fantástico. Também é uma área muito famosa pelo seus cafés, seus sexshops e nightclubs, como o Moulin Rouge, que todas as noites apresenta espetáculos com muita música, dança, coreografia e mulheres lindíssimas. Quem estiver interessado é aconselhado a fazer reservas com antecedência pois a procura é grande e o preço também, hehehehehe.

Somente em Paris um cemitério, o Père- Lachaise, poderia ser atração turística e refúgio derradeiro de personalidades importantes de épocas tão distintas. Pois onde seria mais possível encontrar juntos Chopin, La Fontaine, Jim Morrison, Moliére, Oscar Wilde, Allan Kardec, Honoré de Balzac, Sarah Bernhardt, Simone Signoret, Maria Callas, e Louis Gay-Lussac, entre tantos outros.

Uma das maiores atrações turísticas do mundo também está em Paris, O Palácio de Versalhes, que recebe em média oito milhões de turistas por ano, foi construído pelo rei Luís XIV para abrigar toda a corte, e designava o poder, a glória e a riqueza do Rei.

Através de uma caminhada não é difícil se localizar no centro de Paris, basta apenas um mapa da cidade e outro do metrô que resolve qualquer problema. Em qualquer loja de turismo ou recepção de hotel é possível pegar os mapa, porém é muito importante ter o endereço do hotel e a indicação da saída de metrô mais próxima. Pequenos furtos existem em qualquer cidade, em Paris não é diferente, o ideal é não dar sorte para o azar, e ficar atento.

Alguns contratempos ocorreram, porém nada que apagasse a intensa luz dessa cidade em nossas mentes. Deixamos Paris muito emocionados e já com muita saudade, por isto não mencionamos au revoir(adeus) Paris, e sim à bientôt (até logo), afinal, ainda temos muito o que fazer na Cidade Luz, pois esperamos poder retornar em outra ocasião, talvez em outra estação do ano e e ver tudo que não pudemos ver e claro, rever o que já havíamos visto.

Percorremos nesses 23 dias de viagem pelo Velho mundo, aproximadamente 8000 km. O que ganhamos? Ganhamos muito conhecimento em cada cidade que passamos, experimentamos a culinária local, degustamos muito vinho, tiramos muita fotografia, nos divertimos nas brincadeiras que realizamos e nas piadas que contamos, falamos muita bobagem, porém sempre com todo respeito e principalmente conquistamos dezenas de novos amigos, amizades essas espalhadas por todo esse imenso e querido Brasil, que com certeza permanecerão para sempre em nossos corações. Amigos vocês foram realmente sensacionais e esperamos que nos encontremos de novo perambulando por aí. Até breve!

Texto: Valdir Neves

Fotos

*Aos amigos*

Dicas

O que fazer

BATOBUS

Um meio de transporte simpático e barato para ir de um ponto ao outro é o Batobus. Não estou me referindo aos barcos de passeios turísticos, os bateaux mouches. Mas sim ao ônibus-barco que, com a compra de um ticket, você pode embarcar e desembarcar quantas vezes quiser em um mesmo dia. Os tickets são validos por 1, 2 ou 5 dias. O ticket de 1 dia custa 15 euros para adultos e 7 euros para as crianças. Nos pontos mais turísticos, como o cais da torre Eiffel, a fila para pegar o barco pode ser longa.

www.batobus.com

Rue de Rivoli

Se você está a procura de lembranças, camisetas de Paris, chaveiros, imãs de geladeira, perfumes por bom preço e todo tipo imaginável de lembranças, é nesta rua que deve procurar.

Torre Eiffel

Adulto €12,00 na alta temporada, aos domingos até as 16:00hs você paga só €8,50 (primavera e verão de lá). Procure comprar com antencedência para evitar as grandes filas.

MOULIN ROUGE

Show com jantar a partir de €145,00. Somente o show, são €99,00.

Bateau Mouche

Navegação pelo Rio Sena no Bateau Mouche com duração de 1 hora, €12,00.

Bus Tour livre dois dias Hop-on-Hop-off pela Les Rouges Carros

Preço de entrada normal: Adulto: 26,00 € Criança: 12,00 €. Descubra os principais pontos turísticos da cidade de forma original e descontraída, com um hop 2 dias on hop off tour de ônibus em Paris. Cada volta dura cerca de 2 horas e 15 minutos, e apresenta todos os principais pontos turísticos do centro de Paris. Todos Les Rouges Carros passeios de ônibus de Paris são hop-on-hop-off passeios que você pode sair em qualquer uma das 9 paradas da cidade para fazer alguns passeios. As paradas incluem a Torre Eiffel, Champ de Mars, Museu do Louvre, Notre Dame, Orsay, Opera, Champs-Elysees – Etoile, Grand Palais e Trocadero. Os grandes ônibus vermelhos passam nas paradas entre 10 a 15 minutos. Posuem um sistema multi-lingual permitindo-lhe ouvir os comentários em 8 línguas: Francês, Inglês, Espanhol, Alemão, Italiano, Português, Japonês e Russo. O Pass Paris tem uso ilimitado para 2 dias consecutivos – que é uma economia fantástica.

Onde ficar

Hoteis

Existem aos milhares existem opções baratas perto da Opera de Paris (Williaws) ou perto de Pace Italie (Hotel Port Royal) ou no Qartier Latin (La Demeure na estação Saint Michel) todos na faixa de 170 reais a diária comprando no hoteis.com, no booking.com ou decolar.com. Uma rede hoteleira boa por lá é o Citadines, porém o preço é mais salgado. Alugar um apartamento pode vir a ser uma ótima opção para viagem em grupos maiores.

Onde Comer

Restaurant La Cremaillere

No Bairro Montmartre, Horário de funcionamento : Aberto todos os dias parada não, das 9h à meia-noite, preços médio à la carte 30 € e menu entre 18 e 33 €.

Outras Dicas

  • Mesmo no verão, é bom se prevenir e levar um casaco para a noite, pois a temperatura cai bastante e pode chegar a uns 15ºC.
  • Para ir ao Palácio de Versalhes, a forma mais rápida é pegando o metrô até Montparnasse e de lá o trem para a cidade de Versalhes. É bom comprar o ingresso de Versalhes com antecedência! A viagem até lá já é longa, e ainda ter que passar mais tempo esperando numa fila gigantesca não rola. Tem uma loja na Champs Elysèe que vende ingressos.
  • Um dos melhores passeios de Paris é o de barco no Rio Sena, principalmente no por do sol. Vale muito a pena!
  • LÍNGUA – em Paris se fala inglês numa boa e muitos estabelecimentos contrataram portugueses para ter uma interação melhor com os milhares de brasileiros que invadem Paris.
  • INGRESSO – A compra do ingresso com antecedência e hora marcada é fundamental em qualquer época do ano e em qualquer lugar. As filas em certos lugares são grandes e você perderá muito tempo se deixá-lo para comprar na hora. Com o ingresso em mãos, basta chegar no horário marcado que você entrará imediatamente. A desvantagem é que se o dia estiver feio ou chuvoso, você não poderá desistir.

Tax Free

  • Na França o valor da restituição do imposto pode chegar a 20%.
  • Importante: A soma total dos gastos é por loja e não por país. Na França o gasto mínimo é um dos mais altos, 175 euros. Em alguns aeroportos podem exigir de você a apresentação do artigo adquirido.