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Este é o primeiro post de uma série de quatro sobre a nossa viagem pela Costa dos Corais. Com extensão de 185km entre o litoral Sul de Pernambuco e o Norte de Alagoas, esse litoral possui uma das maiores Barreiras de Corais do Mundo. Nesse primeiro trecho da viagem vamos percorrer cerca de 70Km entre a cidade de Recife e Porto de Galinhas. A distancia é bem curta mas a ideia e ir desvendando as praias da região.

A nossa viagem começou em Recife, mas precisamente no Aeroporto internacional do Guararapes onde pegamos os nossos carros previamente alugados e seguimos depois para o hotel localizado em frente a Praia da Piedade, onde passamos o resto do dia, todos estavam com muita vontade de cair nas águas daquele mar azul, porém o medo de virar comida de tubarão foi maior, e ficamos apenas caminhando na areia, hehehehehe.

O turista que parte em direção ao litoral sul ganha cerca de 30 km ao optar por trafegar pela Via Parque e não pela BR-101 Sul. O roteiro por esta bela estrada segue pelo litoral cruzando os bairros de Piedade, Candeias e Barra de Jangada em Jaboatão dos Guararapes, e depois de pagarmos um pedágio e passarmos pela bela Ponte Arquiteto Wilson Campos, que faz com que o passante direcione o olhar tanto para os coqueiros à beira-mar quanto para a vegetação de Mata Atlântica às margens do Rio Jaboatão, que desemboca no oceano. Do outro lado do rio, encontramos uma estrada maravilhosa repleta de palmeiras de um lado e mansões do outro, onde visitamos a deserta praia da Reserva do Paiva, localizada em paralelo à Via Parque, que por conta dos condomínios de casas que povoam a beira-mar, o acesso à praia é realizado por estradas de terra.

A Praia do Paiva é muito linda, porém deve ser encarada como uma praia de passagem, pois não há comercio algum e uma boa dica é ficar embaixo dos muitos coqueiros contemplando a natureza selvagem do lugar e o vai e vem das ondas, pois não é aconselhável o banho, devido o mar ser aberto, sem a proteção dos arrecifes, onde as ondas são fortes e ocorre o risco de aparecimentos de tubarões.

Continuamos a viagem entrando no município de Cabo de Santo Agostinho e chegamos rapidamente às praias de Itapuama, Pedra do Xaréu, Enseada dos Corais, depois paramos em um mirante de onde obtivemos uma bela visão de toda praia de Gaibu e das ruínas do Forte São Francisco Xavier. Nesta há uma ótima infra-estrutura, abrigando muitos bares, restaurantes e pousadas, sendo super badalada principalmente durante o verão.

A seguir a encantadora Calhetas, com sua tirolesa do alto de um morro até a praia. A pequena Praia com seus coloridos barquinhos de pesca que emprestam seu charme ao mar calmo e cristalino cercado por arrecifes fica escondida entre pedras e vegetação, fazendo-a ainda mais bela e concorrida da região.

Visitamos também a Praia do Suape, onde paramos num dos quiosques ali existente, para beber uma água de coco, degustar uma cerveja bem gelada e apreciar ao longe a movimentação dos navios atracando no porto. É uma praia semi-deserta e com mar aberto, onde dizem ter ocorrido diversas batalhas entre portugueses, holandeses e índios, com grande importância na história brasileira.

Retornamos e pegamos a PE 60, e depois a PE- 038 de onde seguimos direto para um dos mais badalados balneários do litoral pernambucano, com praia para todos os gostos, a internacional Porto de Galinhas, localizada no município de Ipojuca, a 70 quilômetros de Recife.

O nome curioso de Porto de Galinhas, reza a lenda, veio após a abolição da escravatura, quando negros africanos continuavam sendo escravizados clandestinamente. Desviados de Recife, onde havia fiscalização, os negros desembarcavam em uma praia nos arredores, escondidos em engradados de galinhas-d’angola. Os contrabandistas exclamavam: “Tem galinha nova no porto!”. Esta era a senha utilizada e que deu origem ao nome da vila de pescadores.

Após o almoço seguimos direto para o porto, e nos deparamos com uma praia de areias brancas e um mar com tonalidade ora verde, ora azul, repleto de jangadas e emoldurada por um vasto coqueiral, com uma extensa barreira de corais formando lindas piscinas naturais. O centro apesar das ruas estreitas e da vida correr devagar, estava fervendo de turistas de todas as partes do Brasil, além de estrangeiros dos quatro cantos do planeta, posso imaginar como fica esse lugar no verão. Andar a pé é melhor maneira para conferir de perto a diversidade de produtos oferecidos nas muitas lojas, como o artesanato produzido pelos nativos da região, são bordados, redes, camisetas, mantas e as famosas galinhas de cerâmica. A gastronomia também ocupa lugar de destaque, com restaurantes que oferecem pratos à base de frutos do mar e também da cozinha regional, como carne-de-sol e galinha cabidela. E depois que o sol se põe Porto de Galinhas ainda tem fôlego para o agito, onde nos bares e nas boates itinerantes, a música rola solta até altas horas, e o lema é não deixar ninguém parado. Marcamos os passeios para o dia seguinte, jantamos e voltamos a pousada.

Na manhã seguinte três bugres nos pegaram e nos deixaram no cais para o passeio as piscinas naturais. Dezenas de jangadas estacionavam nos arrecifes com suas águas mornas e transparentes repletas de peixes coloridos enquanto outras tantas deslizavam de um lado para o outro num vai e vem frenético transformando o mar num bonito e colorido balé de jangadas.

Curtimos as piscinas por quase 40 minutos, depois nos bugres novamente nos dirigimos a praia de Maracaípe, uma praia com ondas fortes, perfeitas para a prática de surf, não é à toa que a praia de Maracaípe tem como sede no mês de outubro uma das etapas do Campeonato Mundial de Surf. No Pontal do Maracaípe, acessada por uma estradinha de terra, embarcamos em jangadas com os nativos do lugar para um passeio pelos mangues do rio onde os jangadeiros capturam cavalos-marinhos e mostram aos turistas. É claro que depois eles “soltam” os bichos, pois o cavalo-marinho virou atração e sustento para eles. Dizem que esse animal marinho quase desapareceu devido os nativos acreditarem nos seus efeitos afrodisíacos. Percebemos que a localidade sofre com problemas relacionados à redução de áreas de mangue, disposição inadequada de resíduos sólidos, deficiência no saneamento básico e ocupação irregular.

Visitamos de depois a praia do Cupe, a mais próxima de Porto e Muro Alto que vem logo em seguida. Já foi uma praia deserta, mas hoje virou um condomínio de resorts. Os esportes náuticos, aliás, vêm ganhando cada vez mais adeptos na região, transformando a praia de Muro Alto em point dos apaixonados por esqui aquático, wakeboard e jet-ski.

Texto: Valdir Neves

Fotos

Recife

Porto de Galinhas

Dicas

Recife

Onde Ficar

  • Hotel Dan Inn Mar Recife
    Av. Bernardo Vieira de Melo, 694, Piedade – Recife

Onde Comer

  • Edmilson da carne de sol
    1ª entrada após o muro da Base Aérea, vizinho ao Aeroporto. Tel: (81) 3463 6712 ou 8113-7761 – Boa comida e bom preço.

O que fazer

  • Olinda
    Reserve pelo menos um dia para conhecer Olinda, Patrimônio Cultural da Humanidade, vale a pena conhecer a história dessa cidade, percorrendo a pé as suas famosas ladeiras.

Outras Dicas

  • Aluguel de Carro
    Usamos a Confort Locadora de Veículos foi bem mais em conta. Reservamos com antecedência e eles levaram os carro para o aeroporto ( Eles não tem lojas no aeroporto). Só um alerta para que vai alugar carros, confira bem os amassadinho que eventualmente possam ter, para não ser pego de surpresa ao devolver o carro.
    55.81.3341.6475 | 55.81.9788.0077

Porto de Galinhas

Onde Ficar

  • Pousada Água Marinha
    Boa localização, pertinho do centro e da praia de Porto de Galinhas.

O que fazer

  • Passeio de Bugre
    Não espere algo semelhante as Dunas de Genipabu, nem os passeios de Canoa Quebrada no Ceará, mas vale a pena fazer para conhecer.
    Lucio Tour Passeios de Bugue- (81)8826 7242 e 9430 7747A
    Duração aproximadamente de 3 horas.
  • Piscinas NaturaisApesar de ficar pertinho da praia, e dependendo da maré pode-se ir até a pé, vale a pena pagar R$ 20 e ir de jangada. Duração aproximadamente de 40 minutos.
  • Passeio de jangada pelo rio MaracaípeO passeio leva as áreas de mangue e de preservação do cavalo-marinho. Também não gostamos, ache que faria coisa melhor com os R$ 20 do ingresso. Duração: Aproximadamente 40 horas.

Outras Dicas

  • Uma dica para quem algum dia for a um recifes de coral é levar uma sandália de dedo, pois as pedras são altamente cortantes e você não vai querer acaba seu passeio no pronto socorro.
  • No planejamento da viagem consulte a tábua de marés (imprescindível para quem vai fazer o passeio). a maré deve estar abaixo de 0.5, sendo que o ideal é 0.0. mais alta que isso o passeio fica prejudicado.