Ilhas Tropicais – Jaguanum RJ
Aproveitamos um convite de nossos amigos Márcio e Gina, para passarmos um final de semana em sua casa na Praia da Várzea, Ilha de Jaguanum, situado na Costa Verde. A Costa Verde é um pedaço do paraíso localizado entre o Rio de Janeiro e São Paulo, com 365 ilhas, 8 baías e 2.000 praias, compreendidas entre a ponta do Sino na Restinga de Marambaia e da Juatinga em Paraty , tendo a Ilha Grande à frente do oceano protegendo a grande baía. E neste contexto, a leste da grande baía, encontra-se um conjunto de ilhas conhecidas mundialmente por Ilhas Tropicais, com cerca de 20 paradisíacas ilhas com mais de 50 praias. Com o objetivo de conhecer mais um pedaço desse paraíso, seguimos em direção ao distrito de Itacuruça, município de Mangaratiba, acessado pelo Km 25 da Rodovia Rio-Santos. A cidade está situada entre serras com exuberante e densa mata atlântica bem preservada com inúmeras cachoeiras e o mar, as margens da Baía de Sepetiba. Além de ser a sede da Delegacia da Capitania dos Portos, Itacuruçá tem o terceiro maior Iate Clube da América Latina em número de barcos, possui bons bares e restaurantes, e pode-se ainda realizar a pé um pequeno roteiro pelas construções históricas da cidade como a Estação Ferroviária de Itacuruçá, Construção de 1911, onde atualmente funciona o Centro Ferroviário de Cultura de Itacuruçá, a Sede da Fazenda de Sant’Ana, local de fundação do Distrito de Itacuruçá e a Igreja Nossa Senhora de Sant’Ana, construção de 1840, de onde se consegue uma bela vista panorâmica da Ilha e do Canal de Itacuruçá.
Quando encontramos o Márcio no Iate Clube, o tempo não prometia muito, nuvens negras no céu e uma chuva fina que começava a cair, porém mesmo assim preferimos arriscar a navegar nas calmas águas da Baía de Sepetiba. Lancha na água, zarpamos em direção a Ilha de Jaguanum. O tempo começou a melhorar e já era possível ver os raios de sol no horizonte. Pouco mais de 20 minutos chegamos ao nosso destino onde fomos recebidos carinhosamente pela Gina e família com um excelente café da manhã. Ficamos batendo papo por um longo período na área da bonita casa de nossos amigos, apreciando o belo visual da Restinga da Marambaia que o local proporciona e pra variar umas geladinhas, pois o astro-rei a esta altura não dava moleza.
Antes do almoço, resolvemos dar uma esticadinha até a praia do Sul, através de uma pequena e bonita trilha, passamos pela praia da Catita onde encontra-se a pequena e centenária Igreja de São Pedro, construção de 1884. Logo a seguir chegamos a Praia do Sul, belíssima, com águas limpas e calmas em tons azulados, onde nos refrescamos. Retornamos quase uma hora depois à casa, onde saboreamos um delicioso e farto almoço. A tarde, eu, Herbert e o Véião(Armando) realizamos um pequeno treking em volta da ilha. Começamos na Praia da Várzea e seguimos no sentindo anti-horário por uma trilha limpa e bem demarcada. O dia estava ensolarado e fazia muito calor, porém em certos trechos a sombra da vegetação e a brisa do mar dava um refresco pra gente. Depois de aproximadamente uma hora passamos por um pequeno vilarejo com muitas casas de pescadores e veraneios e chegamos a Praia das Pitangueiras, local de parada para almoço de diversos saveiros que realizam tours pelas ilhas, paramos para um breve descanso e beber água num pequeno bar próximo a um campo de futebol ali existente. Seguimos em frente sempre serpenteando a ilha num sobe e desce constante até passarmos pelo trecho mais lindo do circuito, acho eu, local onde a trilha fica bem encostadinha ao mar e do outro lado a Ilha Bicho Grande, formando um bonito e espetacular canal conhecido como Boqueirão. Continuamos a caminhar até chegarmos ao outro extremo da ilha, mais precisamente na Praia da Estopa, muito bela também e muito visitada por turistas, por lá só algumas casas de veraneio e mais nada. Continuamos a caminhada por aproximados 30 minutos na maior parte do tempo embaixo da mata até a Praia do Araçá, uma das mais belas da região, com 250 metros de extensão, areias claras, água limpa e vegetação exuberante onde a Saveiros Tour construiu um complexo de receptivo para os passageiros de navios que ficam fundeados a sua frente, possam desfrutar com total segurança e exclusividade das instalações ali existente. Felizmente não havia desembarque de transatlânticos neste dia, caso contrário aquela praia estaria lotada de turistas. Paramos para contemplar a beleza do lugar e tirar fotos. Logo continuamos nosso roteiro e a próxima parada foi a Praia do Calhaus, cerca de 10 a 15 minutos depois, uma vila de pescadores com poucas casas e alguns bares, onde se pode comer e beber muito barato, ótima praia. Prosseguindo mais 20 minutos de caminhada chegamos à Praia do Sul onde estivemos pela manhã, um belo vilarejo de pescadores muito mais povoado, onde paramos para beber uma cerveja gelada e degustar os famosos bolinhos de arraia da Dona Conceição que mais parecem de bacalhau de tão gostosos. Dessa praia pode-se ver uma boa parte da Ilha Grande. Curtimos por algum tempo aquele lugar e retornamos a casa de nosso amigo Márcio na praia da Várzea, antes passando novamente pela praia da Catita, completando assim os 360 graus na Ilha de Jaguanum. Da casa de nosso amigo ficávamos apreciando o espetacular visual da Restinga da Marambaia, uma barragem de areia que funciona como dique, isolando as águas da Baía de Sepetiba do Oceano Atlântico. Possuindo 40 km de comprimento e estendendo-se da Barra de Guaratiba até o Morro da Marambaia. Foi quando o Márcio nos falou, amanhã vamos passear de lancha por aquelas bandas e no dia seguinte saímos por volta das 10 horas, juntamente com outros amigos que estavam em outra lancha, para realizamos um gostoso passeio até a Ponta da Pombeba. Deixamos a ilha de Jaguanum para trás e fomos ao encontro daquela linha branca, muito branca para conhecê-la, a medida que aproximávamos a linha ia crescendo até virar uma ponta da restinga com curvas suaves, que divide o mar em dois, de um lado um mar calmo como uma lagoa estendendo-se até o continente e do outro um mar suavemente agitado à mercê das ondas provocadas pelo vento. Atracamos e desembarcamos próximo a uma grande árvore que nos serviu de abrigo, pois o nosso amigo sol não estava dando trégua e ficamos maravilhados com a biodiversidade do lugar, água limpa e morna, areia finíssima e muito branca, vegetação típica de restinga ainda bem preservada e uma fauna com diversos pássaros, principalmente maçaricos e garças que nos olharam com desaprovação, talvez por invasão nossa do seu território. Dizem que é proibido permanecer ali por ser área militar, porém curtimos o local de diversas maneiras, ora tomando banho em suas deliciosas águas, ora descansando nas sombras das árvores observando o vai e vem constante das coloridas traineiras de pescadores em busca de seu sustento e principalmente caminhando em suas areias, primeiro em direção a restinga, onde tiramos belas fotografias da natureza do lugar e depois para o lado oposto, no sentido do final da pequena ponta que entrava mar adentro em forma de meia-lua e desaparecia sob as águas, gerando um belo panorama de toda região. Vale ressaltar que para ambos os lados encontramos no caminho vários grupos de pequenos pássaros marinhos que ao sentirem nossa aproximação levantaram voo provocando uma grande e estridente algazarra naquele ambiente sem qualquer poluição sonora, além de garças que voavam graciosamente e pousavam suavemente em algumas arvores, proporcionando um espetáculo realmente divinal. O astro-rei que sempre se fez presente a esta altura se escondera entre nuvens negras, o que nos obrigou a levantar acampamento e assim chegamos novamente a praia da várzea a tempo de tomar um bom banho e zarpar em direção ao continente. O mar antes calmo, agora debaixo de um temporal, apresentava grandes ondas, fazendo com que a viagem ficasse mais emocionante, chegamos ao Iate Clube sãos e salvos e agradecidos por mais esse belo passeio na Costa Verde.
Considerações Finais
Com certeza Itacuruçá é parada obrigatória para quem deseja conhecer a região denominada Costa Verde. De la saem saveiros que realizam os famosos tours para as Ilhas Tropicais e vale muito fazer este passeio que contorna e para em ilhas com matas bem preservadas e mar de águas calmas, limpas e mornas. As ilhas são belíssimas e os moradores são absurdamente simpáticos e hospitaleiros. Deixo aqui um recado aos pescadores profissionais e aqueles que praticam a pesca esportiva e também aos turistas que em suas estadias por esse paraíso recolham seus lixos e deposite-os em lugares apropriados. Na Ponta da Pombeba encontramos, provavelmente deixados por pescadores desavisados, muito lixo na mata e também clareiras com pequenas fogueiras apagadas que por descuido poderiam causar incêndios neste bioma insular. Outra observação é que na última vez que estive na Ilha de Jaguanum não havia energia elétrica, acho que a implantação deste sistema com aqueles postes e fiações para todos os lados descaracterizaram muito aquele ambiente rústico que reinava na ilha, compreendendo a necessidade dos ilhéus, porém é uma pena o fim do poético tempo da luz de lampiões no lugar. Finalizando gostaria de agradecer em nome de toda turma do tô perambulando a hospitalidade que recebemos na casa de nossos amigos Márcio, Gina e família, que só contribuiu para fortalecer ainda mais nossas amizades. Valeu pessoal, aguarde que voltaremos um dia. Hehehehehe.
Com certeza Itacuruçá é parada obrigatória para quem deseja conhecer a região denominada Costa Verde. De la saem saveiros que realizam os famosos tours para as Ilhas Tropicais e vale muito fazer este passeio que contorna e para em ilhas com matas bem preservadas e mar de águas calmas, limpas e mornas. As ilhas são belíssimas e os moradores são absurdamente simpáticos e hospitaleiros. Deixo aqui um recado aos pescadores profissionais e aqueles que praticam a pesca esportiva e também aos turistas que em suas estadias por esse paraíso recolham seus lixos e deposite-os em lugares apropriados. Na Ponta da Pombeba encontramos, provavelmente deixados por pescadores desavisados, muito lixo na mata e também clareiras com pequenas fogueiras apagadas que por descuido poderiam causar incêndios neste bioma insular. Outra observação é que na última vez que estive na Ilha de Jaguanum não havia energia elétrica, acho que a implantação deste sistema com aqueles postes e fiações para todos os lados descaracterizaram muito aquele ambiente rústico que reinava na ilha, compreendendo a necessidade dos ilhéus, porém é uma pena o fim do poético tempo da luz de lampiões no lugar. Finalizando gostaria de agradecer em nome de toda turma do tô perambulando a hospitalidade que recebemos na casa de nossos amigos Márcio, Gina e família, que só contribuiu para fortalecer ainda mais nossas amizades. Valeu pessoal, aguarde que voltaremos um dia. Hehehehehe.
Texto: Valdir Neves
Fotos
Dicas
- Fazer passeios de saveiro ou traineira pelas ilhas tropicais, ou ainda ter como opção a utilização de uma embarcação menor, tipo os táxi boat’s (pequenas lanchas rápidas) que lhe proporciona maior liberdade no roteiro. Saídas do Cais de Itacuruçá na Praia Bela Vista.
- O turista pode desfrutar da possibilidade de hospedar-se nos hotéis e pousadas ou até mesmo em casas de pescadores, disponíveis tanto no continente como nas ilhas.
- Dentre as praias da Ilha de Jaguanum, a principal é a de Araçá, com grande infraestrutura contendo brinquedos para crianças, tirolesa, rapel e paintball, atividades náuticas, restaurantes, lojas de artesanato, sorveteria, boutique e lan house, além de pista de dança. Tem 250 metros de extensão, areias claras, água limpa e vegetação de Mata Atlântica intocada. Outra que merece destaque é a Pitangueiras, que fica situada entre os costões de Jaguanum e é o ponto onde se concentra a maior parte das casas de veraneio e de moradores da região, nesta praia pode-se comer e beber muito em conta (Eu indico um caldo de mariscos com arroz que há em uma das poucas tendas).
- Qualquer pessoa com o mínimo de preparo físico pode fazer esta agradável trilha em torno da Ilha de Jaguanum, com duração aproximada entre 2 e 3 horas, dependendo do grupo. A caminhada é leve e a trilha aberta e bem demarcada.
- Na Praia do Sul não deixe de degustar os famosos e deliciosos bolinhos de arraia da Dona Conceição que mais parecem de bacalhau.
- Encerre o passeio com uma caminhada pela linda orla de Itacuruçá, desfrutando das beleza e paz que reina neste pequeno paraíso, e aprecie o por do sol preguiçoso escorregando pelas bordas das montanhas bebendo uma água de coco.
9 Comentários
qxdgss
Alguém tem telefone de barqueiros? Gostaria de mais de um para pesquisar valores.
Eu fiquei impressionado. Um lugar assim da prazer de levar a família.
Para Luiz, que fez comentários abaixo: Eu sou João Carlos, filho da Nonota e Zé Carlos, tenho 59 anos, morei com a Olga em Madureira e gostaria de saber contato com a família Tobias. Eu ia com eles pra ilha, que é linda.
Grato.
João Carlos
Para Luiz que escreveu os comentários abaixo: o LUGAR É LINDO MESMO. Eu sou João Carlos, filho da Nonota e Zé Carlos, tenho 59 anos, morei na casa da Olga em MADUREIRA e convivi na ilha com a família Tobias e gostaria de saber contato deles. Pode me dar algum contato com eles? Com Olga, Walfredo ou filhos do Milton? Grato. João Carlos,
Amo este lugar é lindo ,é marcante todo ser humano deveria conhecer lugares como este,parabéns pela reportagem.Um abraço,
Grazielle obrigado por fazer parte da família Tô Perambulando. Sempre que quiser pode escrever.
Realmente é um lugar mágico, não só as ilhas , mais toda a costa Verde.
Grande Abraço.
Olá Luiz!
Realmente as ilhas tropicais, juntamente com a Ilha Grande mostram as maravilhas da Costa verde Carioca.
Um grande abraço e obrigado pela visita!
Pessoal , com certeza foi o melhor lugar que conheci , Prai do Sul junto a familia ” TOBIAS ” as meus 8 anos , hoje tenho 40 , Obrigado Walfredo , Srº Narciso , xinho , Olga e companhia . Abç