Namastê!  “O Deus que está em mim saúda o deus que está em você”.

Esta é a saudação mais falada neste país, que além de belas paisagens e grande riqueza cênica, apresenta um povo simpático e altamente receptivo para com os turistas que se aventuram por alguma de suas trilhas.

Kathmandu é a capital e maior cidade do Nepal, chegou a ser considerada a lendária e inacessível Shangri-La, possui quase hum milhão de habitantes, está localizada no centro do país, a 1370 metros de altitude. Foi declarada Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO em 1979, e foi embalada pelo movimento hippie nos anos 60, o que faz persistir até hoje em suas ruas e bairros uma certa aura de fantasia, magia e mistério. Foi fundada em 723 pelos newares.

Chegamos à capital do Nepal, Kathmandu, no dia 27/10 depois de aproximadamente 24 horas de vôo com uma conexão em Doha, no Qatar. Este povo do oriente realmente está à frente do nosso tempo, pois possui um fuso-horário um tanto esdrúxulo, 8:45 h adiantados em relação ao horário de Brasília. No excelente hotel Radisson onde ficamos acomodados, nos juntamos ao restante do grupo de brasileiros que estavam dispostos a encarar o exigente trekking até o Acampamento Base do Everest. Um grupo formado somente por brasileiros, a maioria com idade entre os 30 e 60 anos, sendo o mais velho eu, hehehehehehe. Alguns com maior experiência em trekkings e outros com pouca vivência, porém todos, sem dúvida alguma, com o principal objetivo de chegar aos pés da maior montanha do planeta.

Os sadhus são os - homens santos - desta região. Normalmente eles vivem por si só, à margem da sociedade, e passam o dia em devoção a sua divindade escolhida. Alguns praticam yoga e meditação para aumentar seus poderes espirituais e adquirir conhecimento místico.

Kathmandu possui um transito totalmente caótico, que para complicar ainda mais os carros possuem o volante do lado direito, a famosa mão inglesa. São motocicletas, carros, caminhões, ônibus, bicicletas, riquixás e aquelas lambretas com capotas, chamadas de tuk-tuks, além de pedestres é claro, tudo isto misturado e com todo mundo buzinando ao mesmo tempo. Muitas vezes ao atravessar uma rua você pensa que os caras estão vindo na sua direção na contramão, e você fica sem saber o que fazer, no meio daquele transito maluco, esquecendo que lá é tudo invertido, porém no final tudo da certo. Não existe semáforo, aliás vi apenas um, praticamente sem calçadas para pedestres andar e com uma noção não muito clara do que seja mão e contramão. É suja, com muito lixo nas ruas, com muitas pessoas usando uma espécie de máscara contra a poluição, principalmente poeira, um emaranhado de fios enroscados nos postes, possui água encanada, mas não tratada, por este motivo nosso guia nos recomendou que só tomássemos água mineral e que também escovássemos os dentes com esta mesma água e com pobreza por todos os lados.

É impossível aproveitar o que o Nepal tem a oferecer sem conhecer um pouco de sua religiosidade que está presente de forma muito intensa no dia-a-dia dessa gente, pois cerca de 90% da população é hinduísta e o restante budista (cerca de 10%), porém esta mistura entre budismo e hinduísmo parece estar em toda a parte e as duas religiões convivem harmoniosamente
Tivemos o privilégio de contar com Manoel Morgado que, além de grande experiência nas montanhas de várias partes do mundo, também é profundo conhecedor da cultura nepalesa, inclusive nos dando uma pequena aula sobre a história do país. A tarde foi realizada pelos guias uma revisão de todo equipamento de trekking trazidos, onde ficou constatado o que precisaríamos comprar e alugar, pois Kathmandu tem muitas lojas com bons preços e várias pessoas do grupo, inclusive a gente, deixou para comprar equipamentos que seriam bem mais caros no Brasil. A seguir o grupo realizou a pé um pequeno passeio pelo bairro do Thamel, onde compramos algumas coisas e jantamos em um típico restaurante da cidade.

Preparação de um corpo para a cremação.

No segundo dia conhecemos com mais detalhes o cotidiano da cidade, percorrendo a pé a Durbar Square, a praça do antigo palácio real, um lindo conjunto arquitetônico com o palácio e inúmeros templos, que eram sedes dos reinos do Nepal, antes da unificação. Observamos logo no início que o antigo palácio infelizmente foi parcialmente descaracterizado com uma reforma de influência européia. Em frente ao palacio, uma infinidade de ofertas de souvenirs, para todos os gostos. O passeio apresenta vários detalhes e motivos da cultura nepalesa, mostrando um horizonte totalmente novo para os olhos dos muitos turistas, principalmente para os ocidentais. Muitas fotografias foram efetuadas neste local.

Visitamos também o pátio da residência da Deusa-viva Kumari. A Kumari é uma menina que só aparece em ocasiões especiais, é escolhida entre os 3 e 5 anos de idade, vivendo em plena reclusão até a sua primeira menstruação, quando perde o posto. É considerada a reencarnação de uma deusa. Na volta, ao sairmos da Durbar Square fomos surpreendidos com um emocionante passeio de riquixá, uma espécie de bicicleta para 3 lugares. Toda a turma saiu, em verdadeira disputa pelo espaço das ruas estreitas de Kathmandu. A todo instante achávamos que haveria uma colisão, mas no final, salvaram-se todos e foi bem divertido. Terminamos o dia com a compra dos equipamentos que faltavam para o trekking. Neste bairro encontraríamos tudo o que precisássemos: luvas, gorros, óculos, camisetas, botas, meias, casacos, calças, etc. de todas as grandes marcas mundiais, com a vantagem de serem fabricados no país, o que proporcionava um preço altamente competitivo.

 Bhaktapur

No terceiro dia em Kathmandu nos dedicamos em conhecer a religiosidade do Nepal, pela manhã visitamos Pashupatinath, o mais importante templo hindu do Nepal, que é dedicado ao Lord Shiva, que atrai milhares de devotos ao local. Possui um complexo de santuários e templos e fica situado às margens do sagrado rio Bagmati, afluente do também sagrado Ganges, sendo o principal local de cremações no Nepal. Paramos em uma das margens do rio e ficamos observando em silencio e incapazes de se mover todo processo de cremação dos mortos, sem entender muito como tudo acontece de forma pública e sem dramas, totalmente diferente do nosso padrão, que acontece com recolhimento e privacidade. De acordo com a tradição, antes da cremação o corpo deve ser mergulhado três vezes no rio, e depois o corpo é conduzido a uma das plataformas, onde é enrolado num tecido branco ou laranja e colocado sobre uma pilha de madeiras, essa será a última vez que familiares e amigos verão o corpo da pessoa a ser cremada. A seguir a fogueira é acessa, geralmente pelo filho mais velho, diante de todos, inclusive de turistas, depois as cinzas são jogadas no rio e o filho mais velho, juntamente com outros familiares imediatamente após a cerimônia devem tomar banho neste rio, que está totalmente poluído.

 Bhaktapur

O segundo templo que visitamos, Stupas Boudnath, é o maior e mais ativo templo budista do Nepal e se situa no coração do bairro budista. Percorremos toda área interna que inclui diversas lojas de artesanato, restaurantes e templos, logo na entrada encontramos várias rodas de oração e avistamos a enorme e linda Stupa, com uma altura de 36 metros, uma das maiores do mundo. A representação dos olhos de Buda pode ser vista nos quatro lados acima da cúpula, significando sua onisciência. Uma curiosidade sobre as stupas é que são os únicos templos dentre todas as religiões que não possui um espaço interno, onde os devotos possam entrar. As orações acontecem do lado de fora, sempre girando em torno da Stupa e em sentido horário e depois paramos para almoçar, ali mesmo dentro do complexo, no restaurante Stupa View, onde experimentamos pratos vegetarianos.

Após o almoço, Eu, Herbert e nossos amigos gaúchos Edu e Elisa, pegamos um táxi e seguimos para o Monastério e Stupa de Swoyambunath, conhecido também como o “templo dos macacos”, situado no topo de uma colina, sob a proteção do olhar de Buda, oferecendo um belo visual para vale de Kathmandu.
Apesar dos excelentes dias em Kathmandu, a galera estava ansiosa para começar o trekking ao acampamento base do Everest no dia seguinte e não se pensava em outra coisa.

Da esquerda para direita, Valdir Neves, Fabiana Atallah, Manoel Morgado e Herbert Terra.

Após 16 dias, voltamos do trekking, descansamos no hotel e a noite o grupo realizou um jantar de despedida no Kaiser Café, restaurante localizado dentro do bonito Garden of Dreams, quase um parque com áreas amplas e verdes, onde a galera saboreou pratos típicos da culinária local, regado a muito vinho e cerveja. No dia seguinte visitamos Bhaktapur, onde foram realizadas as filmagens do Pequeno Buda, de Bertolucci. Bhaktapur é maravilhosa, fascinante e mágica, e para conhecê-la pagamos 1100 rúpias. Está localizada a 30 minutos de Kathmandu, é abarrotada de templos muito antigos. A Cidade que até a unificação do Nepal, era um reino independente, muito diferente de Katmandu, pois esta cidade não foi afetada pelo modernismo. Das cidades do Vale, é a mais medieval e explorar suas estreitas ruelas e sua lindíssima Durbar Square é uma experiência inesquecível. É tombada pela UNESCO como patrimônio mundial. Primeiramente conhecemos o centro histórico, com milhares de turistas, belos templos e construções antigas literalmente tombadas, dando muito charme ao local. Tudo de belo que existe são as coisas antigas, novo apenas a decadência daquela cidade que um dia já foi considerada um império. Dali seguimos para um local pouco visitado por turistas, onde andamos por becos estreitos e escuros, realmente sensacional. Compramos também muita coisa no comércio, onde pechinchar é uma ótima pedida.

De volta a Kathmandu, nos dirigimos novamente para o bairro do Thamel, onde compramos as lembranças e presentes que faltavam e retornamos ao hotel. Essa foi nossa despedida do Nepal. Posteriormente seguimos para o aeroporto e iniciamos a volta para o Brasil.

Texto: Valdir Neves

Fotos

kathmandu
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Dicas Importantes

  • Visto O visto para o Nepal é obtido na chegada, no aeroporto, logo após o desembarque. É necessário uma foto 3×4, o pagamento de US$ 40 e o preenchimento de formulários que estão disponíveis nos balcões.
  • Vacina É necessário o certificado internacional de vacina contra Febre Amarela. É verificado no Check-in no Brasil e na chegada a Kathmandu.
  • Moeda A moeda nepalesa é a rúpia. Um dolar estava valendo em torno de 100 rúpias.
  • Etiqueta A mão esquerda é considerada impura (usada para higiene pessoal). Desta forma, para dar e receber qualquer coisa, deve-se usar a mão direita.
  • Higiene e Saúde Infelizmente, tratamento de água não é regra no Nepal. Fomos orientados a escovar os dentes com água mineral (mesmo em hotéis) e usar álcool gel sempre antes das refeições. Também por razões sanitárias, exceto em poucos restaurantes, não é indicado comer carne ou frutas e verduras frescas.
  • Fuso Horário 8h45min a mais que o horário de Brasília.
  • Compras Tudo é negociado em Kathmandu. Desde o preço de uma corrida de táxi (que deve ser combinado antes) até os artefatos mais caros. Faz parte do processo de comprar. Então, não tenha receio e ofereça 40% do valor pedido. Você chegará a um preço adequado ao final.O bairro do Thamel é onde está a maior concentração de lojas, tanto de equipamentos como souvenirs. Falando em equipamentos, há lojas de marcas (Mountain Hardwear, North Face, Black Yak, Millet) e uma infinidade de outras que vendem as falsificações, algumas muito bem feitas. Os preços são bem menores que no Brasil.
  • Namastê A saudação budista é muito comum no Nepal. Significa: “O Deus que habita em mim saúda o Deus que habita em você”.
  • Om Mani Padme Hum Mantra de seis sílabas do Bodisatva da compaixão. Utilizado nas orações budistas, que são entoadas seguindo as contas do Mala (colar). Também são escritos e depositados dentro dos cilindros de orações ou esculpidos em rochas.
  • Quando irDe modo geral, as chuvas de monções no Nepal começam por volta de junho e terminam em outubro, os meses mais chuvosos. Os meses mais agradáveis são fevereiro (ainda um pouco frio), março, abril e maio, que correspondem à primavera, ou de setembro a final de novembro, o outono. O inverno no Nepal é um pouco frio, mas dá para encarar. Junho, julho e agosto são os meses mais chuvosos.

Onde Comer

As indicações que recebemos (e aprovamos) não se referem apenas ao sabor dos pratos, mas também à confiança em questões sanitárias. Mais uma vez, todo cuidado é pouco na escolha dos locais para refeições:

  • Restaurante La Dolce Vita: A especialidade é a comida italiana. Localizado no bairro do Thamel.
  • OR2K: Restaurante vegetariano e bem charmoso. As pessoas deixam os sapatos na entrada e sentam-se para comer em mesas baixas .Localizado na Mandala Street, bairro do Thamel
  • Kaiser Café:Restaurante localizado dentro do bonito Garden of Dreams, quase um parque com áreas amplas e verdes, também no bairro Thamel. Para entrar no espaço (independente de ir ao restaurante, paga-se uma taxa de 200 rúpias). Ótimo e variado cardápio.

Dicas

  • Visto: O visto para o Nepal é obtido na chegada, no aeroporto, logo após o desembarque. É necessário uma foto 3×4, o pagamento de US$ 40 e o preenchimento de formulários que estão disponíveis nos balcões.
  • Vacina: É necessário o certificado internacional de vacina contra Febre Amarela. É verificado no Check-in no Brasil e na chegada a Kathmandu.
  • Moeda: A moeda nepalesa é a rúpia. Um dolar estava valendo em torno de 100 rúpias.
  • Etiqueta: A mão esquerda é considerada impura (usada para higiene pessoal). Desta forma, para dar e receber qualquer coisa, deve-se usar a mão direita.
  • Higiene e Saúde: Infelizmente, tratamento de água não é regra no Nepal. Fomos orientados a escovar os dentes com água mineral (mesmo em hotéis) e usar álcool gel sempre antes das refeições. Também por razões sanitárias, exceto em poucos restaurantes, não é indicado comer carne ou frutas e verduras frescas.
  • Fuso Horário: 8h45min a mais que o horário de Brasília.
  • Compras: Tudo é negociado em Kathmandu. Desde o preço de uma corrida de táxi (que deve ser combinado antes) até os artefatos mais caros. Faz parte do processo de comprar. Então, não tenha receio e ofereça 40% do valor pedido. Você chegará a um preço adequado ao final.O bairro do Thamel é onde está a maior concentração de lojas, tanto de equipamentos como souvenirs. Falando em equipamentos, há lojas de marcas (Mountain Hardwear, North Face, Black Yak, Millet) e uma infinidade de outras que vendem as falsificações, algumas muito bem feitas. Os preços são bem menores que no Brasil.
  • Namastê: A saudação budista é muito comum no Nepal. Significa: “O Deus que habita em mim saúda o Deus que habita em você”.
  • Om Mani Padme Hum: Mantra de seis sílabas do Bodisatva da compaixão. Utilizado nas orações budistas, que são entoadas seguindo as contas do Mala (colar). Também são escritos e depositados dentro dos cilindros de orações ou esculpidos em rochas.
  • Quando ir: De modo geral, as chuvas de monções no Nepal começam por volta de junho e terminam em outubro, os meses mais chuvosos. Os meses mais agradáveis são fevereiro (ainda um pouco frio), março, abril e maio, que correspondem à primavera, ou de setembro a final de novembro, o outono. O inverno no Nepal é um pouco frio, mas dá para encarar. Junho, julho e agosto são os meses mais chuvosos.

Onde Comer

As indicações que recebemos (e aprovamos) não se referem apenas ao sabor dos pratos, mas também à confiança em questões sanitárias. Mais uma vez, todo cuidado é pouco na escolha dos locais para refeições:

  • Restaurante La Dolce Vita: A especialidade é a comida italiana. Localizado no bairro do Thamel.
  • OR2K: Restaurante vegetariano e bem charmoso. As pessoas deixam os sapatos na entrada e sentam-se para comer em mesas baixas .Localizado na Mandala Street, bairro do Thamel
  • Kaiser CaféRestaurante localizado dentro do bonito Garden of Dreams, quase um parque com áreas amplas e verdes, também no bairro Thamel. Para entrar no espaço (independente de ir ao restaurante, paga-se uma taxa de 200 rúpias). Ótimo e variado cardápio.