Quando começamos a pesquisar sobre os Lençóis Maranhenses, veio a ideia de fazer uma viagem diferente. Pensamos então na Rota das Emoções, uma viagem que percorre o litoral de São Luís do Maranhão, Parque Nacional dos Lençóis, passando pelo Delta do Parnaíba no Piauí, Jericoacoara, e indo até Fortaleza, no Ceará. Muitas informações foram consultadas, inclusive as de operadoras com pacotes semelhantes, porém logo descartadas por serem muito caras. Então optamos por um roteiro bolado por nós mesmo, com mais adrenalina. Assim partimos do Rio com destino a São Luís, com o objetivo de realizar esta aventura. Foram eliminadas as opções mais tradicionais, pois o objetivo era fazer o percurso, com mais de mil quilômetros a partir de Santo Amaro do Maranhão, em nove dias e o máximo possível em off-road, passando por trilhas, travessias de rios, vilarejos, dunas, praias e estradinhas secundárias a bordo de veículos 4×4, evitando as rodovias estaduais e federais a qualquer custo.

1º Dia: São Luiz / Santo Amaro do Maranhão

O início da aventura, a toyota que nos levou de Sangue até Santo Amaro do Maranhão
O início da aventura, a toyota que nos levou de Sangue até Santo Amaro do Maranhão

O dia começou cedo, as 4:00h embarcamos na Van com destino a Santo Amaro do Maranhão. Seguimos pela trans-litorânia para o povoado de Sangue, onde uma toyota 4×4, tipo jardineira nos aguardava, nossa aventura realmente começava ali. Seguimos aproximadamente 32 Km por estrada de areia, trilhas fechadas, regiões alagadas e travessias de rios, que exigia muito dos veículos e dos motoristas, que usavam toda sua perícia e experiência para transpô-las.

Santo Amaro do Maranhão é uma pequena Vila localizada ao extremo norte do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses. Cenário do filme “Casa de Areia”, esta cidade é marcada pelo Rio Alegre e ruas tranqüilas, o que faz da cidade um local pitoresco, onde podemos caminhar calmamente conhecendo os hábitos e costumes dos moradores. Após acomodação na pousada, caminhamos até o Rio Alegre para um banho refrescante em suas águas cristalinas, enquanto aguardávamos o almoço. Na parte da tarde fizemos um passeio de 4×4 até Espigão, onde realizamos uma caminhada, ora pelas dunas ora pelo Rio Alegre. Betânia logo a seguir nos esperava, e a toyota nos levou até a margem do rio, onde uns fizeram a travessia por uma pequena balsa e outros a nado. Já do outro lado da margem seguimos por uma trilha que nos levou a uma lagoa, pensávamos ser ali o nosso destino, mas seguimos em frente, subimos outras dunas e como se fosse uma miragem nos deparamos com um cenário magnífico, lindo, uma lagoa de água esverdeada cristalina e morna, no meio das dunas. Ficamos tomando banho por quase uma hora naquele paraíso, duro foi ter que ir embora. Depois fomos ver o pôr-do-sol na duna da lagoa da Gaivota, outro espetáculo que só a mãe-natureza pode nos proporcionar.

2º Dia: Santo Amaro do Maranhão à Barreirinhas

Uma das muitas lagoas no Grandes Lençóis
Uma das muitas lagoas no Grandes Lençóis

Após o café da manhã, saímos as 07:00h com destino a Barreirinhas, não pela rodovia, e sim pelos Grandes Lençóis. Os Grandes Lençóis formam uma grande região entre os municípios de Primeira Cruz, Santo Amaro e Barreirinhas, no Maranhão. São 155.000 Ha cheios de dunas com até 40 metros de altura e lagoas de água doce. Gente, imagine conhecer o mais puro, intacto e impressionante pedaço do litoral brasileiro. Imagine agora conhecê-lo ainda em sua forma original, como um pioneiro, percorrendo seus caminhos em veículos 4X4, subindo por suas dunas, banhando-se em suas lagoas de tonalidades azuladas e esverdeadas, navegando seus rios, enfim passeando por todos seus espaços. Galera, Não existe nada comparável aos fascinantes Lençóis Maranhenses. Foi com este espírito aventureiro que embrenhamos literalmente nos lençóis. Ao todo 9 pessoas(6 do nosso grupo, mais o motorista, a Elane e o guia de nome Dom). Após cruzar dunas e mais dunas, a lagoa da Gaivota novamente surge como se fosse uma miragem. De águas transparentes, a grande lagoa é dividida pelas dunas no verão em duas ou mais. Continuamos por aquele deserto, num sobe e desce constante de dunas de areias brancas e finas, sempre sob sol intenso e um céu azul anil, com centenas de lagoas de águas mornas e cristalinas. O forte e incessante vento que sopra sobre a região enfeita ainda mais o cenário, formando na imensidão desenhos geométricos e assimétricos, simplesmente indescritível e mudando as montanhas de areia de lugar. Além disso, o vento ajuda a tornar as altas temperaturas do local, mais suportáveis, mantendo o ar fresco. Seguimos nosso percurso, em direção ao nada, trilha de areia, subir dunas, descer dunas, atravessar rios e lagoas, e a gente ali em cima da toyota, fotografando e filmando tudo desse mundo surreal. Êta carrinho bom, esse bicho tracionado aguenta o tranco mesmo. Não dá para entender como o Dom não se perde nesse labirinto de areia, sem um guia da região não se chegaria a lugar nenhum. Continuando, tomamos um bom banho na lagoa do Dom, nome em homenagem ao nosso guia, linda. Seguindo adiante, passamos por outras lagoas e chegamos a Queimadas dos Britos, um oásis no interior do P.N.dos Lençóis, existem dois, o Queimada e o Baixa Grande, que contrasta o cenário desértico do parque com o toque verde de suas árvores. Conhecemos ali Dona Antonia, moradora local e dona de um restaurante rústico, que é parada obrigatória para quem se atreve a cruzar os Lençóis, que acolheu a todos calorosamente. Todos que passam ali assinam um livro de presença, tem gente do mundo inteiro naquele livro. Aliás os moradores dos Lençóis são o retrato dos bons anfitriões. A principal fonte de renda e sustento desses habitantes é a pesca abundante nos lagos durante a época da chuva. Outra ocupação é o turismo, e ninguém melhor que os moradores da região para mostrar todos os detalhes e belezas do lugar. Logo a seguir passamos em Baixa Grande,onde paramos para tomar uma água, e logo depois estávamos a beira-mar em direção ao Canto dos Atins, onde almoçamos. Chegamos em Barreirinhas por volta das 16:30h. Portal de entrada do Parque Nacional dos Lençóis, esta cidadezinha, de infra-estrutura modesta, está em ebulição. Tudo gira em torno de atividades ecológicas por estar ao lado de um dos lugares mais exuberantes do Brasil.

3º Dia: Barreirinha / Caburé

Vista do alto do Farol Preguiças
Vista do alto do Farol Preguiças

Saímos pela manha as 08:30 do porto da cidade de Barreirinhas, em uma lancha voadeira, descendo o Rio Preguiça rumo ao Povoado de Caburé, explorando a região dos Pequenos Lençóis. Neste passeio mais um casal se incorporou ao grupo, Valério e Eloisa, gente muito boa, de Itatiba, interior paulista, que logo se identificou com a galera, e que nos acompanharia até Fortaleza, mudando inclusive o roteiro, que inicialmente retornariam por São Luís. Valeu Elô e Valério, esperamos contar com vocês em outros passeios.

O Rio Preguiça é um afluente do Parnaíba, nasce no povoado de Barra da Campineira, município de Anapurús, e percorre 120 km até sua foz, entre Caburé e Atins. De Barreirinhas até a foz são 42 km. Tem profundidade de até 12 m e largura maior chegando a 300m no Caburé. O rio é lindo e a paisagem no entorno então nem se fala, com seu manguezal bem preservado. Prosseguindo a travessia, entramos em um atalho de uns 500 m por entre o mangue que o povo da comunidade São Domingos fez para desviar 5 km de rio. Passamos pelo Vilarejo de São Domingos, e a primeira parada foi na Comunidade de Vassouras para visita aos Pequenos Lençóis Maranhense. Um quiosque encostado a uma pequena duna, vende artesanatos, bebidas e água de coco. Não deixe de admirar os macacos-prego que rondam por ali, comendo bananas das mãos dos turistas. A segunda parada foi em Mandacarú, pequena comunidade de pescadores, com ruas de areia e um pequeno comércio onde são vendidos chapéus e bolsas de palha e outros artesanatos. Não dá para escapar ao assédio dos guias mirins no cais, que insistem em levar os visitantes para conhecer atração da Vila, o farol Preguiças. Com qualquer ajuda eles saem satisfeitos. O farol que pertence a marinha. possui 54 m de altura e mais de 150 degraus até o topo, de onde se tem uma encantadora vista de 360 graus dos lençóis Maranhenses, do Rio Preguiça entrando no oceano e da imensa floresta nativa da região. Caburé, nossa próxima parada, é um povoado onde energia elétrica só chega através de geradores, e nos contemplou com um bom banho de rio, outros preferiram o mar, já que o vilarejo está espremido em uma faixa de areia de 200 metros entre o rio e o mar. Almoçamos ali mesmo num restaurante que dá apoio aos turistas. A próxima parada seria o vilarejo de Atins, na foz do Rio Preguiças, porém não fomos até lá, devido a alta da maré, segundo disse o nosso guia. Voltamos em direção a cidade, e desta vez a voadeira entrou por entre igarapés, com a vegetação formando túneis, muito bacana esta parte do passeio.

4º Dia: Barreirinhas / Cardosa / Lagoas

O Por do sol no alto da Duna da Preguiça
O Por do sol no alto da Duna da Preguiça

Após o café da manhã, saímos em direção ao povoado de Cardosa, para fazer um passeio diferente: Flutuação no Rio Formiga. Munidos de bóias infláveis e com muitas brincadeiras entre os participantes, descemos o rio apreciando toda sua beleza e exuberância, uma verdadeira higiene mental. Mantivemos contato com a população ribeirinha, principalmente com a criançada, que entre uma brincadeira e outra nos ofereciam para comprar doces caseiros, dentre os quais o de bacuri, uma delícia.

A tarde estava reservada para conhecer as lagoas. Seguimos numa toyota bandeirantes 4×4, ou seja, um mini pau-de-arara com lugar para 12 pessoas sentadas na caçamba, por uma estradinha sinuosa até o Rio Preguiça, onde uma pequena balsa, com capacidade para dois carros, nos levou até a outra margem, na localidade de Santo Antônio. Dali, já dentro do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, onde a entrada só é permitida com guia, percorremos trilhas com muita areia e mata nativa, com alguns obstáculos, vencidos somente por veículos tracionados e que após vários solavancos chegamos à base da primeira duna. A viagem total dura cerca de 45 minutos. Ao chegarmos outros 4 x 4 estavam lá. Deixamos os chinelos na toyota e seguimos andando por aquela areia branca, para conhecer as principais lagoas e dunas. Chegamos a primeira lagoa, a Preguiça, chamam-na assim porque muitos preguiçosos ficam ali mesmo para não ficarem andando tanto. A lagoa estava com pouca água, devido a pouca chuva no inverno, mesmo assim, ali foi nosso primeiro banho. Ficamos meia hora e seguimos em frente. Próxima parada lagoa Esmeralda, mesmo com pouca água, muito bonita, cor esmeralda. Seguimos mais adiante e fomos até a Lagoa Azul, é azul mesmo, linda, parece uma piscina. As cores de cada lagoa mudam devido a quantidade de algas no local. Muitas pessoas estavam lá, dentre eles alguns orientais, com todas aquelas roupas para proteger o corpo do sol escaldante. Se eles soubessem como é bem melhor estar com menos roupa. Hehehehe. O grupo resolveu ficar ali, pois a lagoa estava com muito mais água que as outras. Eu e Herbert resolvemos encarar as dunas, cerca de 50 minutos até a lagoa do Peixe que disseram estar muito mais cheia, pois é perene, ou seja, não seca nunca. Chegamos e encontramos muita gente, e realmente com grande volume dágua, falaram que em certo ponto tinha profundidade de 8 metros. Tomamos um delicioso banho em suas águas refrescantes e constatamos a existência de peixes, o que faz juz ao seu nome. Dizem ter muito peixe grande lá, piranha eu não vi, rssss. A lagoa do peixe tem em todo seu entorno uma vegetação, o junco, amplamente utilizado para confecção de redes e esteiras e muito presente no artesanato local. Voltamos andando em direção a Lagoa Preguiça onde veríamos o por do sol. Passamos pela Lagoa da Paz, subimos por dunas bastante íngremes em que o coração quase saiu pela boca, ufa. Paramos algumas vezes para apreciar o magnífico espetáculo que o vento provoca nas dunas, e venta bastante, as dunas se movendo com a ação do vento, parecem estar vivas.

Chegamos finalmente a duna da Lagoa Preguiça, onde o nosso grupo e uma legião de turistas esperavam ansiosos o espetáculo do astro-rei, o por do sol. Enquanto aguardávamos a hora, observamos como tinha gente espalhada na região, como “brotava” gente de todos os lados, pareciam formiguinhas naquela imensidão branca. O astro rei em seu tom cada vez mais avermelhado foi visto e reverenciado por todos os presentes ao espetáculo, até sumir atrás das dunas. Logo após aconteceu uma correria em direção aos veículos, pois haviam muitas toyotas, dezenas delas que chegaram depois da gente, e certamente ocorreria atrasos à aqueles que ficassem para trás, na travessia do rio. A ainda bem que não foi o nosso caso. No retorno a mesma estradinha, mas agora à noite muitos 4×4 se enfileiravam, só se via farol na escuridão, pura adrenalina. Parada na Comunidade Santo Antônio para esperar a balsa. Café, tapioca, etc. Chegamos a pousada e seguimos direto para a padaria em frente, para o já tradicional café da Marcinha, pessoa muito bacana que tornou-se nossa amiga. Tomamos um delicioso café. As 20:00h fomos à Avenida Beira-rio comer uma pizza, onde curtimos um forró ao vivo, muito legal.

5º Dia: Barreirinhas / Tutóia / Parnaíba

Um braço do Rio Parnaíba em Tutóia
Um braço do Rio Parnaíba em Tutóia

Agora o grupo era formado por 8 pessoas, 4 casais. Em um veículo Hilux, mulheres na cabine com ar-condicionado e a mulambanda(homens) na caçamba, partimos pela manhã em direção a Tutóia. São 110 Km de areia e terra. Com uma enorme tristeza no peito, e já com saudades nos despedimos dos Grandes Lençóis. Já de saída pegamos os 37 Km mais difíceis que é de Barreirinhas a Rio Novo (Paulino Neves). Muita areia pelo caminho exigindo tração 4×4 reduzida até se chegar na área dos Pequenos Lençóis, uma área de geografia idêntica aos Grandes Lençóis, só que de pequenas proporções. O trajeto passa pelo meio de dunas e lagoas (no inverno) tornando o cenário uma mistura imaginária de solo lunar e planícies agrestes. Chegamos em Rio Novo e pegamos uma estrada de terra batida no início, com asfalto no final que nos levou até Tutóia. O trajeto é cortado por vários riachos e povoados onde é comum encontrar mulheres lavando roupa. Em Tutóia, não conseguimos arrumar frete que nos levasse até Parnaíba, no Piauí. O jeito foi encarar um ônibus de linha, com horário marcado para as 13:30h, então almoçamos por ali mesmo num dos restaurante à beira de um rio.

Acomodados no busão, com ar-condicionado, ninguém resistiu ao cansaço e dormimos, afinal pegaríamos mais de 120Km de asfalto até Parnaíba, segunda maior cidade do Piauí, uma das mais antiga e ponto de partida para conhecer o Delta do Parnaíba ou o Delta das Américas como gostam de chamar os Maranhenses.

Em Parnaíba pegamos um táxi até o hotel. Depois de um bom banho e um breve descanso, fomos a recepção, marcamos o passeio pelo Delta para o dia seguinte e caminhamos até a Av. Beira Rio, para jantar. O local é o point de Parnaíba, com muitos bares e restaurantes. Jantamos uma torta de caranguejo, especialidade da região, com aquela cerva bem gelada e voltamos ao hotel.

6º Dia: Passeio ao Delta do Parnaíba

Navegação no Delta do Parnaíba
Navegação no Delta do Parnaíba

Na cidade de Parnaíba algumas construções merecem destaques, como: Os casarões coloniais do século XVIII, bem conservados são monumentos graciosos da época áurea da antiga Vila de São João da Parnaíba. O Casarão de maior valor histórico é conhecido como Casa Grande da Parnaíba e pertenceu ao fundador da cidade, Simplício Dias. Fica na avenida Presidente Vargas e, segundo os mais antigos, possui uma ligação subterrânea com a igreja de Nossa Senhora das Graças. A Catedral de Nossa Senhora das Graças, construída por Simplício Dias, originalmente em estilo barroco, no ano de 1770. Ainda na Praça da Graça está situada a Igreja do Rosário, também do século XVIII, construída para que os escravos fizessem os seus cultos sem adentrar á igreja principal. Após o café da manhã, excelente por sinal, fomos a recepção onde 2 táxis nos esperavam, para nos levar ao Porto dos Tatus ou Porto das Barcas para o tradicional passeio ao Delta do Parnaíba. O Delta do Parnaíba espalha-se entre os Estados do Maranhão e do Piauí e representa um dos três únicos do mundo em mar aberto (os outros são o do Nilo, na África e o do Mekong, na Ásia), formando um conjunto de igarapés, lagoas e ilhas de vários tamanhos, que compõe um verdadeiro santuário ecológico rico em biodiversidade. Embarcamos as 09:00h numa barca com capacidade para 60 passageiros, com direito a almoço, frutas, caranguejada e guia especializado, com retorno previsto para ás 17:00 h. Durante trajeto conhecemos o Rio Parnaíba e sua principal foz, os igarapés, o habitat natural dos caranguejos, praias de rio, dunas e a fauna e a flora da região. São feitas algumas paradas: a primeira no mangue para o rapaz mostrar como pega-se caranguejo, outra numa praia perto de onde o rio encontra o mar, e uma última em uma duna onde serve-se a caranguejada.

7º Dia: Navegação no Delta do Parnaíba / Jericoacoara

Lagoa da Tatajuba
Lagoa da Tatajuba

Saímos as 08:00 da manhã em dois 4×4(uma hilux e um Land rover) em direção a vila de Jericoacoara, terceiro e último Parque Nacional a ser visitado, percorremos 130 km de estrada asfaltada até alcançar a cidade de Camocim no Ceará, passando antes por Chaval, Barroquinha e Luis Correia, ultima cidade do Piauí. Em Camocim atravessamos em uma balsa o Rio Coreaú e continuamos pelo sertão através de trilhas e dunas até Tatajuba. Paramos para almoçar em sua famosa lagoa o melhor peixe da viagem, que delícia, só de pensar me dá água na boca. Curtimos muito o lugar e partimos em direção a Jeri, passamos pela Vila de Nova Tatajuba, que foi reconstruída após o soterramento do antigo povoado pelas dunas, Mangue Seco, atravessamos o rio em Guriu numa rústica balsa e finalmente um bonito percurso por off road a beira-mar até Jeri. Um fato triste neste trecho foi encontramos 2 grandes tartarugas mortas na areia, disseram os guias que o motivo seria a rede de pescadores, onde ficam presas e que isto ocorre frequentemente. Chegamos a Pousada por volta das 16:30h, nos acomodamos e ainda deu tempo para tomar um café e ir até a praia contemplar o pôr do sol . A duna do pôr do sol é a pedida para o fim da tarde. Todos sobem a duna, atraídos pela misticidade do momento em que o sol encontra-se com o mar, é reconhecido como o pôr do Sol mais lindo do nordeste, além da vista maravilhosa do vilarejo. Voltamos a pousada e após o banho saímos para comer uma pizza. A noite de Jericoacoara oferece boas opções de entretenimento, com várias lojinhas que vendem roupas e artesanatos. Para os amantes da boa comida, há uma grande variedade de restaurantes que oferecem desde comidas regionais e massas italianas a comida japonesa. Quando para uns a noite está chegando ao fim, para outros ela apenas começa nos vários bares localizados na rua São Francisco, próximos à praia. É caminhando por essa rua que percebe-se que apesar de pequena, Jericoacoara é um vilarejo cosmopolitano, onde se pode conhecer pessoas de diversos lugares do mundo. E, como não podia faltar, é no tradicionalíssimo forró, que a noite de Jeri chega ao seu ápice. O local, na rua do forró, recebe bem todos os visitantes que procuram alegria e descontração. Lá é permitido brincar, conhecer pessoas e se divertir a noite inteira

8º Dia: O último dia em Jeri

Lagoa Paraíso
Lagoa Paraíso

Jericoacoara é um povoado situado a 300 km da capital, e possui cenários esplêndidos. Cravada entre enormes dunas e o mar, é um dos poucos lugares no Brasil onde é possível assistir ao sol nascer e se pôr no oceano, devido a sua localização peninsular. Ao redor da vila enormes dunas surgem e desaparecem com a constante ação do vento. A praia da Malhada é a mais recomendada para banho e localiza-se ao leste de Jericoacoara. É muito procurada para a prática de kitesurf e windsurf devido ao seu mar calmo e ventos fortes. Saímos pela manhã às 09:00h para o passeio de buggy, pela areia em direção a praia do Preá, parando antes para fotos na árvore da preguiça, seguindo depois, já pelas dunas, para a Lagoa Azul. Para chegar a outra margem, onde ficam os Quiósques, pegamos uma típica jangada cearense. Lagoa Bonita essa, com águas calmas e de um azul intenso, realmente é um convite ao banho, e foi o que fizemos, ainda mais sob aquele sol escaldante. Depois paramos em um típico restaurante a beira da lagoa do Paraíso, conhecida pelas águas cristalinas, onde também tomamos um gostoso banho, descansamos em suas redes a beira da lagoa e saboreamos aquele peixe no almoço. Na volta passamos pela Lagoa do Coração, onde Herbert, Sandra e Elô, desceram a duna de eski bunda até as águas calmas da lagoa. Depois realizamos um passeio a pé até a Pedra Furada, junto ao mar. A Pedra Furada, é uma enorme formação rochosa em forma de arco, esculpida pelas ondas do mar. Entre o período de 15 de julho a 15 de agosto, o sol, ao se pôr, encaixa-se no buraco da pedra, tornando-se um espetáculo à parte, um verdadeiro cartão postal. Curtimos o local e voltamos para Jeri. À noite fomos jantar no restaurante Dona Amélia, comida muito boa, farta e com bom preço, e de quebra com musica ao vivo. Sensacional, imperdível. Não deixe de falar com o garçom Benê, cabra arretado esse cearês, mistura de cearense com japonês, como disse o nosso amigo Caraíba(carioca com paraibano) Armando. Rssss. Confesso que Jeri muda a cada ano, em ritmo acelerado, porém, a beleza natural não deixa que Jeri perca seu charme. Eu simplesmente adoro Jeri.

9º Dia: Jericoacoara / Fortaleza

As Dunas de Mundaú
As Dunas de Mundaú

Após o café partimos em direção a Fortaleza, agora em duas hilux 4×4 para não dar confusão. Hehehehe. Trafegando por trilhas e dunas ainda dentro do Parque das Dunas até Gijoca, onde pegamos um trecho de asfalto até Icaraizinho, uma bela enseada emoldurada por um extenso coqueiral e com dezenas de aerogeradores(cataventos), aproveitando o vento incessante para produzir energia eólica, uma energia limpa e sem poluição, é o progresso e preocupação com o meio ambiente chegando também nesses lugarejos.

Desse ponto em diante percorremos pela areia um longo trecho, num percurso quase que inteiramente por trilhas litorâneas, cruzando muitas praias com suas magníficas dunas, riachos, coqueirais e vilas de pescadores, enfim, os mais encantadores cenários do litoral cearense. Passamos por Caetanos, Apiques, praia da Baleia e outras praias desertas, conhecendo um pouco da vida pacata do sertanejo, onde assistimos também o momento exato da chegada desses bravos pescadores, que enfrentam com pequenas jangadas o alto-mar em busca de seu sustento, trazendo enormes peixes, como o camarupim, com cerca de 50 kg cada. Disseram eles que este peixe pode Atingir cerca de 2,5 m de comprimento e 150 Kg de peso e que quando fisgado produz grande resistência que para retira-los da água, o pode levar cerca de 1 hora ou mais. De suas grandes escamas são produzidos vários artesanatos comercializados em todo Estado.

Chegamos em Mundaú, onde atravessamos o rio do mesmo nome. A foz do rio forma um porto seguro para pequenas embarcações que chegam pelo mar. O rio, com sua água esverdeada e cristalina, passa por entre as dunas e forma um canal com esplêndidas paisagens que podem ser conferidas num passeio de catamarã, com parada para banho.

Flecheiras logo a seguir, é um desses lugares a ser guardados na memória, com um mar azul-turquesa e mais de 21Km de praias. Foi esta praia escolhida para locação do programa global No Limite, aquele Big Brother com toques de sobrevivência na selva, apresentado por Zeca Camargo em 2009.

Mais 30 quilômetros adiante, já perto de Lagoinhas, passamos por Guajiru e subimos com nosso 4×4 uma enorme duna, descendo por outro lado uma inclinação de quase 90 graus, um grande susto, entretanto super radical com muita adrenalina, valeu demais. Por volta das 13:00h chegamos a Lagoinhas, onde paramos para almoço. A 120 quilômetros de Fortaleza, na direção do “sol poente”, como se diz lá, Lagoinhas é com certeza um dos mais belos cartões postais do Ceará. Com 15 Km de extensão, sua paisagem é composta de uma larga faixa de areia fina e escura , coqueiros e um mar verde de deixar qualquer um de boca aberta. A praia possui boas opções de hotéis e restaurantes.

Após o excelente almoço, partimos em direção a Fortaleza, agora via asfalto, pois a maré alta não permitia o transito pela areia, passando antes em Cumbuco, que é considerada uma das principais atrações do Estado. Antiga colônia de pescadores, repleta de coqueiros, dunas, hotéis e bares, a praia tornou-se famosa pelas diversas opções de lazer que oferece. Conhecemos antes a lagoa de Cauipe, de água limpa e plana, tem uma área muito boa para decolar e aterrissar o kitesurf, sem obstáculos como edificações, só areia e coqueiros, tendo algumas barracas na orla. Dezenas de kitesurfista na lagoa, num vai-e-vem constante, não sei como não enroscam uns aos outros. Um espetáculo colorido, sem dúvida muito bonito. Chegamos a pousada em fortaleza as 17:00h. Após o banho fomos a pedido das mulheres caminhando até a feirinha de artesanato do calçadão da Praia do Meirelles, fazer o quê? acertou, fazer compras. Depois pegamos um táxi até a Praia de Iracema para um jantar de despedida dos nossos amigos paulistas, Valério e Eloisa, no restaurante do amigo Camilo. Voltamos à pousada e por volta das 24:00, um táxi levou nossos amigos ao aeroporto. Valeu demais Valério e Êlo, foi bom tê-los como companhia, já estamos com saudades. Que o nosso reencontro seja breve.

Texto: Valdir Neves

Fotos

Rio Alegre em Santo Amaro do Maranhão.
Um dos muitos rios que atravessamos na nossa aventura.
Perto de Santo Amaro, a bela Lagoa Betânia.
A Lagoa Betânia.
A Lagoa Betânia.
A Lagoa da Gaivota.
O entardecer na Lagoa da Gaivota.
Contemplando o por do sol do alto das dunas na Lagoa da Gaivota.
Nossa trupe nas dunas da Lagoa da Gaivota.
O Belo espetáculo da natureza: O Por do sol do alto das dunas da Lagoa da Gaivota.
O inicio da travessia dos Grandes Lençóis.
O Belo visual dos grandes Lençóis.
O Belo visual dos grandes Lençóis.
A imagem não nega: Somos pequenos, diante da imensidão dos Lençóis.
Visual fantástico dos Grandes Lençóis.
Está é a Lagoa da Gaivota, passamos por ela novamente no caminho para Barreirinhas.
Está é a Lagoa da Gaivota, passamos por ela novamente no caminho para Barreirinhas.
Um Oasis no meio dos lençóis, a Queimada dos Britos, onde conhecemos o restaurante da Dona Antonia.
Pelo restaurante da D. Antonia passam pessoas do mundo inteiro.
Rio Prequiça em Barreirinhas.
Na comunidade de Vassouras.
Na comunidade de Vassouras, um visitante ilustre.
Igarapé no Rio Preguiças.
Farol Preguiças em Mandacarú.
As explicações da pequena guia na entrada para conhecer o Farol Preguiças em Mandacarú.
A vista do alto do farol preguiça.
O Centro da cidade de Barreirinhas.
O cais de Barreirinhas no Rio Preguiças.
Uma das opções de passeio: A flutuação no rio Formiga em Cardosa.
Rio Formiga em Cardosa.
Lagoa do Peixe.
Lagoa Azul.
Mais um belo por do sol, dessa vez nas Dunas da Preguiça.
As pessoas voltando da Lagoa do peixe para ver o por do sol da Duna da Preguiça.
Belo espetáculo da natureza.
Não é dificil conseguir belas imagens nos lençóis.
Não é dificil conseguir belas imagens nos lençóis.
Os carros das operadoras esperando as pessoas retornarem de mais um por do sol.
Precisa dizer alguma coisa?
A Rodoviária de Tutóia, a caminho da Cidade de Parnaíba, um dos poucos trechos que passamos pelo asfalto.
Em Tutóia, um braço do rio Parnaíba.
Na chegada em Parnaíba, a romaria pela cidade a procura do nosso hotel.
Depois de andar muito em Parnaíba, enfim achamos nosso hotel.
Um dos passeios em Parnaíba: A navegação no Delta do Rio de mesmo nome.
Um dos passeios em Parnaíba: A navegação no Delta do Rio de mesmo nome.
A pesca do caranguejo é uma atividade local.
Os barcos que fazem esse passeio.
O caranguejo é um dos pratos servidos durante o passeio.
Uma das paradas do passeio, bem próximo ao mar.
Em Camocim, seguindo para jericoacoara, saímos novamente do asfalto. Na foto o Rio Coreaú que atravessamos em uma pequena balsa.
Já no outro lado na margem, uma parada para o pipi.
Em Mangue seco, cortando a 'floresta'.
Lagoa da Tatajuba, parada para o almoço.
Que dúvida! O que escolher para comer?
Travessia, em uma pequena balsa, do Rio Guriú.
Já em Jeri, a Rua principal.
Voltar a Jeri é sempre um prazer.
Não nos cansamos de apreciar o belo visual da Duna do Por do Sol.
O entardecer em Jeri...
...e o seu famoso por do sol.
Para onde olhamos em jeri, uma imagens espetaculares...
...A lagoa azul...
...vista de vários angulos...
...mostra a beleza do lugar.
Ao final da tarde uma visita a Pedra Furada, cartão postal de Jeri.
Já com saudades, deixamos a vila, para seguir pelo litoral para Fortaleza.
Na saída da cidade, um belo espetáculo da naturaza.
Praia de Icaraizinho, seguindo para Fortaleza.
Praia de icaraizinho.
A pesca do Camarupim, a atividade principal do Povoado de Apiques.
Lugar para boas fotos é o que não falta...
...é só apontar a camera e disparar.
Travessia do nosso último rio na viagem, o Mundaú.
Travessia do nosso último rio na viagem, o Mundaú.
A praia de Lagoinhas.
Lagoa do Cauipe.
A praia de Lagoinhas.
A praia de Lagoinhas.

Dicas

Em Santo Amaro

Pousada Bellas Águas Rua Oswaldo Cruz

  • 105 Centro – Santo Amaro do Maranhão – MA +55-98-3369-1176 ou +55-98-8145-7512
  • Email: reservabellasaguas@gmail.com
  • Contato : Elane Barros

Transfer Santo Amaro / Barreirinhas (Pelos Grandes Lençóis)

  • +55-98-3369-1176 ou +55-98-8145-7512
  • Email: reservabellasaguas@gmail.com
  • Contato : Elane Barros

Em Barreirinha

Pousada Igarapé

  • Rua coronel Godinho,320 – Barreirinhas – MA
  • Telefone: +55-98-9111-0401 ou +55-98-3349-0641
  • Contato : Juscelino

Em Parnaíba

Delta Park Hotel

  • Av. Companheiro José Alfredo, 1075 – Bairro Cantagalo – PI
  • Telefone: +55-86-3322-2435
  • Contato : Ana Carolina www.deltaparkhotel.com.br

Transfer Parnaíba / Jericoacoara

  • Contato : Leandro Sombreiro
  • Email: leandrosombreiro@hotmail.com

Em Jericoacoara

Pousada Iracema Travessa do Forró,

Restaurante Dona Amélia

  • Rua do Forró, s/n
  • Telefone: +55-85-9931-7191

Transfer

  • Jericoacoara / Fortaleza
  • Telefone: +55-85-9931-7191
  • Contato: Fred
  • Email: fred.santos51@hotmail.com