Jardim Botanico

Estava de férias, meus amigos do Tô Perambulando tinham ido para os EUA, eu não pude ir, então pensei, tenho que viajar para algum lugar, nem que seja apenas por 3 ou 4 dias. Pesquisando, encontrei o que queria, perambular pela capital do Paraná, e partindo dela fazer o passeio de trem pela Serra do Mar até Morretes e também conhecer o Parque Estadual de Vila Velha em Ponta Grossa.

Com esse objetivo partimos numa quinta-feira à noite para Curitiba e já na manhã seguinte colocamos em pratica o nosso roteiro.

City-Tour pela cidade

Curitiba

Fazer turismo sozinho, ou acompanhado em Curitiba é muito fácil, pois a cidade tem um excelente serviço para os turistas, um ônibus turístico double deck que passa pelos principais atrativos turísticos da cidade, num total de 25 pontos, percorrendo aproximadamente 45 Km em cerca de duas horas e meia, caso não desça em nenhum ponto. A parte de cima é aberta, mas quando está frio ou chovendo, ela fica coberta. Ainda sim, a vista de cima é privilegiada.

A cartela com 5 tíquetes custa R$35 e você pode descer em até 4 pontos, esse é o único ponto fraco do passeio, pois tem muito mais que 4 paradas que valem a pena visitar. Apesar das restrições das paradas, vale muito a pena pegar esse ônibus porque táxi é caro e os pontos turísticos são bem distantes.

Curitiba
 Roteiro do Ônibus Turístico.

O roteiro começa às 9h, todos os dias na Praça Tiradentes e termina no Setor Histórico, exceto às segundas-feiras, porque não funciona. Mas você pode pegar o ônibus em qualquer uma das paradas até o último horário. Lembrando, que o ticket dá acesso a 1 embarque e 4 reembarques e que o ônibus passa nas paradas de meia em meia hora. Para aproveitar melhor, acho mais conveniente sair cedo para conhecer atrações mais distantes do centro, cujo acesso é mais difícil.

Como estávamos hospedados próximo ao Shopping Estação, começamos por esta parada, a do Museu Ferroviário, com o 1º horário ali as 9:21h, passando depois pelo Teatro Paiol, Jardim Botânico, Rodoferroviária / Mercado Municipal; Teatro Guaíra / Universidade Federal do Paraná; Paço da Liberdade; Memorial Árabe/Passeio Público; Centro Cívico; Museu Oscar Niemeyer; e Bosque do Papa/Memorial polonês, nossa primeira descida.

Bosque do Papa/Memorial polonês

Curitiba

Este bosque nativo de preservação estadual com paisagismo idealizado por Burle Marx, foi inaugurado logo após a primeira visita do Papa João Paulo II ao Brasil, em 1980. Possui sete casas feitas de troncos encaixados, de arquitetura típica polonesa, trazidas de vários locais da Região Metropolitana de Curitiba e montadas na entrada do bosque para formar o Memorial da Imigração Polonesa. Uma delas foi utilizada na missa rezada pelo Papa polonês em Curitiba. Local de festas da colônia polonesa, o Memorial inclui uma capela e exposições de artefatos de madeira utilizados pelos colonos poloneses e artesanato, além das estátuas do Papa João Paulo II e do astrônomo Nicolau Copérnico.

Bosque Alemão

Embarcamos novamente e descemos na próxima atração, Bosque Alemão. Neste atrativo existem duas paradas, a primeira é para embarque, descemos na segunda, que é a de desembarque. Isso facilita porque ao invés de subir a trilha, a gente desce. Este bosque é um dos pontos turísticos mais visitados de Curitiba, construído em homenagem aos imigrantes alemães, foi inaugurado em 1996 no local onde funcionava a leiteria da família Schäffer. Realizamos uma pequena trilha neste local sempre descendo, começamos pelo Oratório Bach (réplica de uma antiga igreja presbiteriana), passamos pelo mirante da Torre dos Filósofos, de onde se obtém uma bela vista de Curitiba, depois pegamos a Trilha de João e Maria que corta o bosque e reproduz, em meio à mata preservada, a fábula imortalizada pelos Irmãos Grimm, em doze painéis azulejados, nesta quem mais se diverte são as crianças. Depois a Casa da Bruxa, com biblioteca e hora do conto, e finalmente o pórtico que reproduz a fachada da Casa de Mila, uma antiga casa com arquitetura alemã no Centro da Cidade, e onde está o ponto de embarque.

Parque Tanguá

Curitiba

No ônibus novamente, passamos pela UNILIVRE; Parque São Lourenço; Ópera de Arame/Pedreira Paulo Leminski e Parque Tanguá, nosso 3º pit-stop. Este gigantesco parque é um dos principais parques da cidade de Curitiba e surpreende por sua beleza, sendo dividido em duas partes, superior e inferior. Na parte superior, o Jardim Poty é espetacular, porque abriga fontes, jardins, e o belvedere-mirante e a inferir possui dois lagos e um túnel aberto na rocha bruta de 45 metros de extensão que uni os lagos, que podem ser atravessados a pé, por uma passarela sobre a água. Vale a pena visitar as duas partes, porque a cascata que cai dos jardins, é muito mais bonita vista lá de baixo, mas apenas de cima se percebe a imensidão do parque. Por sugestão de alguns turistas que nos orientaram ir primeiro ao Parque Tanguá e logo após voltar a pé descendo até a Ópera de Arame. Construída em estrutura tubular, a Ópera de Arame é um espaço mágico integrado à natureza. Ao seu lado, a Pedreira Paulo Leminski é palco de grandes acontecimentos artísticos e culturais.

Rua das Flores/ Boca Maldita

Curitiba

De volta ao ônibus, passando pelo Parque Tingui; Memorial Ucraniano; Portal italiano; Santa felicidade; Parque Barigui; Torre Panorâmica; Setor Histórico e Praça Tiradentes, ponto inicial e final do passeio. Permanecemos no ônibus e descemos na parada seguinte Rua das Flores/ Boca Maldita, trecho da principal rua de Curitiba, foi o primeiro calçadão para pedestres do país e um dos marcos da revolução cultural da cidade. Abriga também a “Boca Maldita”, local de manifestações públicas pacíficas, sem área determinada, mas ao redor dos cafés, bancas de revista e bancos do calçadão, é a continuação da Rua XV de Novembro entre a Rua Ébano Pereira e a Praça General Osório. Neste local encontram-se o Bondinho da Leitura, o Teatro HSBC, e o Palácio Avenida, entre outros atrativos. Atravessamos a pé toda praça e chegamos a Rua 24 horas. Esta rua foi restaurada e reaberta com um variado mix de comércio e serviços, voltou a ostentar a arquitetura que a tornou conhecida mundo afora, como os grandes arcos de metal, a cobertura de vidro, além de dois grandes relógios que marcam a hora em intervalos de 24 horas (e não de 12). A Rua 24 Horas logo se tornou um ponto turístico e serviu de referência para muitas cidades do Brasil.

Jardim Botânico

Deixamos o último ticket para o lindo Jardim Botânico, marca registrada de Curitiba, é sem dúvida um dos pontos obrigatórios a ser visitado para quem está conhecendo a cidade. Apresenta belos jardins, lagos e uma estrutura metálica que abriga espécies botânicas de referência nacional, além de atrair pesquisadores de todo mundo.

Ferrovia Curitiba-Morretes-Paranguá

Curitiba

Para o segundo dia reservamos o passeio de trem pela Serra do Mar. Com 110Km a Ferrovia Curitiba-Morretes-Paranaguá foi construída em 1880 e foi concluída 5 anos depois. No seu trajeto sinuoso passando por pontes, túneis e viadutos, recortando a parte mais preservada da Mata Atlântica do Paraná.

O passeio começa bem cedo na Rodoferroviária de Curitiba onde você compra o seu bilhete com lugar marcado. Na verdade, o trem só vai até a Cidadezinha de Morretes retornando a Curitiba de lá. Os preços dos tickets depende do classe escolhido no trem e começam a partir de R$79,00 (ida) R$55,00 (volta). O tickets também podem ser adquiridos pela internet no

site da empresa Serra Verde Express (Veja em Dicas no inicio do post), que administra a ferrovia. Você também pode adquirir um pacote que inclui o Trem, City tour com almoço em Morretes, visita a cidade de Antonina e retorno à Curitiba de Van pela Estrada Graciosa, assim chamada a PR-410, uma das mais belas do País.

Morretes é reconhecida pela gastronomia – para ser mais exato, por um prato típico da cidade, o Barreado. Aos finais de semana, muitas famílias de Curitiba vão à cidade apenas para saborear a iguaria e com a gente não foi diferente, caímos dentro.
Após o almoço, passeamos pela cidadezinha e depois seguimos de van para Antonina. O cenário bucólico do centrinho histórico desta cidade é salpicado por coloridos sobrados coloniais e calçamentos em pedra, é um dos cartões-postais da cidade e fica de frente para a Baía de Antonina, contornado por uma cadeia de montanhas da Serra do Mar. Completa ainda a paisagem as ruínas de um antigo porto, responsável pelo escoamento da erva-mate no século 19.

Parque Estadual de Vila Velha

Curitiba

Para esse terceiro dia escolhemos o P. E. de Vila Velha em Ponta Grossa, distante 80Km da Cidade de Curitiba, para isso alugamos um carro. O acesso é realizado pela Rodovia BR-376 (Rodovia do Café), que liga Curitiba à Ponta Grossa.

Vila Velha é uma extraordinária obra da natureza esculpida pelo tempo que encanta a todos pelas suas exuberantes e monumentais formações rochosas. O Parque com uma área de 3.122 ha, é composto pelas formações areníticas, furnas e Lagoa Dourada, foi tombado pelo Departamento de Patrimônio Histórico e Artístico do Estado. O Parque funciona de 8:30h as 17:30h todos os dias, exceto as terças-feiras.

Logo na entrada do Parque um micro-ônibus nos levou até o inicio da trilha dos arenitos, principal atração do parque. A partir desse ponto o visitante tem duas opções de trilhas, a meia trilha com 1,1 Km ou a completa que é uma boa caminhada circundando totalmente os arenitos com cerca de 2,7 km, durando aproximadamente 2 horas.

A outra atração do Parque são as Furnas e a Lagoa Dourada. Um ônibus nos levou primeiro as Furnas, que são gigantescas crateras circulares (poços profundos) com diâmetro aproximado de 80 metros, profundidade de 100 metros e volume de água que atinge até quase metade delas e que tem ligação com a Lagoa Dourada. Duas são abertas aos visitantes e em uma delas existe um elevador panorâmico que foi desativado, permitindo boas fotos.

Depois seguimos para outro local que faz parte da visita às Furnas, que é a Lagoa Dourada, localizada do outro lado da Rodovia. Possui pouco mais de 300 metros de diâmetro e profundidade com cerca de 5 metros. É cercada por densa vegetação, sendo considerada uma antiga Furna que foi assoreada por sedimentos em processo de selenidade.
É chamada de Lagoa Dourada porque ao entardecer os raios solares que atingiam o seu fundo que era revestido de mica ou malacacheta, refletiam um tom dourado. O percurso total das Furnas e Lagoa Dourada tem a duração de quase 2 horas.

Último dia em Curitiba

Aproveitando o carro alugado deixamos o último dia para conhecer alguns outros atrativos de Curitiba, como os estádios da Arena da Baixada, Durival de Brito e Couto Pereira, além de conhecer o setor histórico da cidade, principalmente o Largo Coronel Enéas, mais conhecido como Largo da Ordem. Este Largo é o coração do Centro Histórico de Curitiba abrangendo parte das edificações mais antigas da cidade. Inclui, por exemplo, a Casa Romário Martins (século 18), a Igreja da Ordem Terceira de São Francisco (1737), a Casa Vermelha, e construções da segunda metade do século 19. Lá, todos os domingos acontece das 9h às 14h, a Feirinha do Largo da Ordem, onde os visitantes encontram em 8 quadras mais de mil barracas com os mais diversos produtos, incluindo objetos de decoração, pinturas, livros, bolsas, bijuterias, lembrancinhas da cidade, roupas, entre outras especialidades.

Bom, espero que tenham gostado do nosso Roteiro!

Veja também: Trem de Curitiba até Morretes