La Paz – Bolívia
Primeira etapa da Viagem pela Bolívia e Chile

La Paz é a capital mais alta da América do Sul. Encravada na boca de um vulcão extinto, reserva muitos atrativos para os mais aventureiros. No alto dos seus 3640 metros de altitude é possível observar as montanhas ao redor, quase todas acima de 5000 metros e com seus cumes nevados. Embora Sucre seja a capital do país, o governo tem a sua sede na cidade, que é considerada a capital administrativa da Bolívia.
1º Dia: Chegando a La Paz
Saímos do Rio num vôo da Gol para SP onde fizemos conexão para Santa Cruz de La Sierra e uma outra de lá para La Paz.
Chegamos por volta da 20:00h, hora local (na Bolívia e no Chile temos uma hora a menos) e logo na saída do avião até a esteira para pegar as mochilas podemos sentir os efeitos da altitude, uma pressão enorme na cabeça e ouvido, afinal saímos do nível do mar no Rio para 4100m onde fica o aeroporto de La Paz, em El Alto.
Depois de pegar as mochilas fomos trocar dólares, a cotação estava em bs7,50 para cada dólar. Em real seria R$1,00 para Bs4,00, da pra fazer festa. Pegamos um táxi para o Hotel cujo preço tabelado foi de Bs50,00. Na descida para La Paz, que fica a 3700m, podemos ver as luzes da cidade que fica dentro de um extinto vulcão. Optamos por ficar no Hotel Condeza que fica perto da Calle Sagarnaga onde fica toda a muvuca. O Hotel nos cobrou a diária de U$13,50, Os preços estão muito mais altos que quando estivemos aqui a 2 anos. Depois de deixarmos as mochilas no quarto fomos jantar num restaurante perto do hotel de nome Tucan na calle Tarija, muito bonzinho, mas a comida demorou uma eternidade para chegar. Aproveitamos também para comprar uma cartela de SorojchiPill, remédio que ajuda a minimizar os efeito da altitude.
2º Dia: A cidade de La Paz
Levantamos por volta de 8:00h com dor de cabeça, ainda efeitos da altitude, e fomos tomar café. Ficamos decepcionados, muito fraco. Pedi ao garçom que me fizesse ovos mexidos e o cara disse que não tinha ovos, pedimos leite e também não tinha. Então resolvemos que iríamos ver outro hotel, já estávamos aborrecidos porque em nossos banheiros, o box era de cortina, o que fazia com que a água escorresse para fora, alagando tudo. O dia estava cheio, logo depois do “café” fomos a calle Sagarnaga atrás da operadora Colque Tour para fecharmos o nosso pacote para a segunda etapa da nossa viagem, a travessia do Salar de Uyuni até S.P.Atacama no Chile.
Optamos por essa por ser uma operadora conceituada e por ter escritório em Uyuni e São Pedro o que facilita, por exemplo, em caso de quebra do carro em um dos lados da fronteira. Os preços é que como tudo na Bolívia estava mais alto: U$90,00 que chorando saiu por U$85,00. Também lá compramos o pacote para o Chacaltaya, antiga estação de esqui desativada que fica a 5300m e o Valle de la Luna, por B$50,00. Lá também compramos a passagem de trem de Oruro para Uyuni, pagamos B$101,00 pela classe executiva e mais Bs10,00 pelo serviço da empresa. Com isso feito fomos procurar outro hotel.
A última vez que estivemos em La Paz ficamos hospedados no Hotel Estrella Andina, muito bom, quartos grandes e bem arejados, e ficava na Av Illampu a duas quadra da Sagárnaga. Chegando lá fomos ver um quarto, achamos excelente e o preço, U$14,00, não era muito diferente do Condeza. Fechamos com eles e voltamos ao Condeza para pagar a conta e pegar as mochilas. Já instalado no novo hotel, fomos almoçar num restaurante na rua das bruxas, Pot Colonial, bem próximo da Sagárnaga. Foi uma indicação que o Valdir pegou na internet. Muito bom, Primeiro você toma sopa que escolher entre 8 opções, depois o prato quente e por fim a sobremesa, isso por B$25,00, valeu muito. Para encerrar o dia fomos ver as roupas de frio para comprar e presentes que os meninos queriam levar para as respectivas namoradas. Na Elma Tour (Sagarnaga,334) Rafael e Valdir compraram um casaco impermeável que custou B$300,00 cada. Eu não comprei porque não tinha o meu numero, tive indicação de outras lojas, mas como era sábado fechava as 12:00h. Então, deixei para comprar na segunda depois que voltar do Chacaltaya.
3º Dia: Conhecendo a cidade
Hoje tiramos o dia para conhecer a cidade de La Paz. Depois de um belo café da manhã, seguimos para nosso roteiro turístico.
A parte da cidade de La Paz onde ficamos é bastante procurada pelos turistas, principalmente mochileiro, por ter hotéis mais em conta, e lá também podemos encontrar dezenas de operadoras de turismos para satisfazer os desejos dos mais aventureiros. Pode-se contratar pacotes desde o mais tradicional “city tour” até escaladas ao Illimani com seus 6.460m, e a Calle Sagárnaga é centro de tudo. A rua principal é a Illampu, larga, mais a faixa encostada ao meio fio é tomada por camelôs que vendem de tudo, desde frango frito ou pollo como chamam aqui, até ervas das mais diversas, que prometem curar qualquer mal.
A grande maioria desses camelôs são de mulheres, as Cholas como são chamadas as mulheres típicas bolivianas. A rua é suja e o transito é caótico, com carros, pessoas e cachorros de rua brigando pelo pequeno espaço que sobra, cruzando uns na frente dos outros. A maioria das lojas nessa parte da rua são de venda de artesanato, artigos típicos dos bolivianos e lojas de acesso a internet. Ao redor, nos morros, favelas imensas onde vive a maioria da população pobre. Pegamos a Illampu e descemos a Sagárnaga até o final onde fomos visitar a Igreja de São Francisco, tiramos algumas fotos do lado de fora, porque estava tendo missa e não era permitido tirar fotos no seu interior.
Atravessamos a larga avenida Mariscal Santa Cruz e dobramos a segunda a direita, Calle do Comercio, uma Rua cheia de camelôs e seguimos em direção à Praça Murilo. Lá tiramos varias fotos do Palácio do Governo, Palácio Legislativo e Catedral Metropolitana. A seguir fizemos uma caminhada um pouco longa até o final da Calle do Comercio, quando está vira Avenida Illimani, neste ponto era possível ver o Monte Illimani, segundo maior da Bolívia. Seguimos até o final dessa avenida onde se encontra o Estádio Hernando Siles a 3650m de altitude. Tentamos visitar o estádio mas não foi possível. Tiramos algumas fotos e seguimos em direção ao Mirador Laikakota que oferece uma bela vista da cidade e do nevado Illimani. Não entramos porque havia uma enorme fila para visitá-lo. Retornamos à Avenida Mariscal Santa Cruz, subimos a Sagárnaga e fomos almoçar novamente no Pot Colonial. Após o almoço compramos mais algumas coisas e retornamos ao Hotel. Às 19:00h saímos para jantar e ligar para casa, pois precisávamos dormir cedo, porque na manhã do dia seguinte seria dia de Chacaltaya.
4º Dia: Subindo o Chacaltaya
Às 8:30h a Van passou para nos pegar para irmos ao Chacaltaya e o Valle de la Luna. No nosso grupo, além de nós, tinham dois japoneses, três brasileiras, um canadense e um belga, além do motorista e o Fred, nosso guia. A nosso pedido, primeiro fomos para o Chacaltaya, já que eu e o Valdir conhecíamos o Vale da Lua e não achamos nada demais. Era preferível conhecer outros lugares em La Paz. O percurso até a famosa montanha dura cerca de 1:30h de muita subida por estradinhas de terra e cascalho, mas com visual deslumbrante de toda a Cordilheira Real.
Paramos em um mirador para fotografar o Pico Huyana Potosi com seus 6090m e o imponente Illimani com seus 6490m de altitude, cujo cume está sempre coberto de neve. Ao fundo podemos ver lagoas de tonalidades azul e verde causadas pelo minério abundante na região. Pouco antes de chegarmos a Estação de esqui, o Fred chamou nossa atenção para uma pequena construção um pouco abaixo, disse que era uma estação científica para estudos dos raios cósmicos, segundo ele este é o melhor lugar do mundo para estudar esses raios.
A Van finalmente chega à estação que está situada a 5300m de altitude. Para chegar ao cume, que fica à 5490m, é necessário caminhar até lá. O tempo estava bom e começamos a subir. No inicio era tudo diversão, mas logo percebemos que seria difícil subir, quando já estávamos tão alto. Faltava ar, fazia frio e a cada 20 passo, tínhamos que parar para descansar. Com muito esforço chegamos ao cume, eu , o Valdir e o Thiago e um vira-lata de nos acompanhou, o restante do pessoal desistiu, mas valeu a pena o visual é fantástico, simplesmente espetacular! Tiramos fotos e em seguida começamos a descer. O tempo começou a mudar, e na descida além do frio começou a nevar, que maravilha! Nunca tinha visto! Ao chegarmos de volta à estação todos já estavam nos esperando para seguir para o Vale da Lua. A Van nos deixou no Hotel, chovia um pouco, Rafael e o Thiago estavam enjoados e com dor de cabeça, preferiram ir para o quarto descansar. Eu e o Valdir fomos almoçar e depois a Colque Tour pegar as passagens do ônibus para Oruro e de trem para Uyuni. Depois retornamos ao Hotel. A tardinha Rafael tinha melhorado e fomos fazer umas comprinhas para a viagem. Primeiro fomos a Mammut Outdoor, que fica na Calle Sagárnaga, 339, em uma galeria, onde comprei um casaco fleece por B$280,00. Rafael comprou um para ele na High Camp, Sargánaga, 189 sala 101, por B$250,00. Depois seguimos para o Shopping Norte para comer alguma coisa. Lá encontrei uma loja de sapatos chamada Fair Play Store, (fica na entrada no shopping) onde comprei um tênis Nike para minha esposa por o equivalente a R$80,00, uma pechincha. Na praça de alimentação uma curiosidade: Quase todas as mesas estavam ocupadas por senhoras bem vestidas, que tomavam chá e jogavam baralho. Diferente e interessante. Voltamos ao Hotel para dormir, no dia seguinte partimos para Uyuni.
5º Dia: Seguindo para Uyuni
O ônibus que nos levaria para Oruro saia as 10:00h e a viagem levaria cerca de 3:30h, portanto chegaríamos com duas horas de antecedência em Oruro, o que daria tempo para despachar as mochilas e almoçar com calma. As 9:00h saímos do Hotel e pegamos um táxi para a rodoviária. O percurso que deveria levar cerca de quinze minutos levou o dobro devido ao caótico transito de La Paz. Na rodoviária pagamos à taxa de embarque (Bs2,00 por pessoa) e embarcamos. O ônibus não é muito confortável mas para três horas de viagem dava pro gasto, só não contávamos com a principal atividade dos bolivianos: Fechar ruas e avenidas para protestar, ainda bem que só perdemos 30 minutos nessa brincadeira.
Em Oruro almoçamos em um restaurante muito bom. Não anotei o nome mais fica em uma rua em frente à estação ferroviária, a uma quadra de distancia. È muito limpo, a comida é boa, e é bem rápido. A viagem de trem no vagão executivo é uma maravilha, muito confortável, TV com DVD, serviço de bordo e principalmente calefação, nem percebemos às 7 horas de viagem. Chegamos a Uyuni pontualmente as 22:30h, estava muito frio, em torno de 4 graus segundo um guarda ferroviário. Ao desembarcarmos o Valdir seguiu
para o Hotel Avenida, onde queríamos ficar, enquanto nós pegávamos as mochilas, isso porque esse hotel é muito procurado e não queríamos correr o risco de não haver vagas. A nossa estratégia deu certo, quando chegamos ao Hotel o Valdir nos explicou que pegamos os últimos quartos, sendo um com banheiro e outro sem. Tiramos na sorte e eu e Rafael ficamos no quarto com banheiro, que Valdir e Thiago também usariam. O preço foi de Bs100,00 para o com banheiro e Bs50,00 para o sem, na média Bs37,50 para cada um. Tomamos um banho e fomos dormir, no dia seguinte começaria a travessia do Salar de Uyuni.
Dicas
Hotel Em La Paz:
Hotel Estrella Andina
- Av Illampu, 716 – La Paz – Bolívia
- Tel.: +591-2-2456421
- www.estrellaandina.com
Muito bom, bem localizado, quartos e banheiros amplos, TV, bom café da manhã. O Hotel é melhor que a maioria dos que são citados nos sites, como por exemplo o Hotel Condeza. Na última vez que estive em La Paz fiquei nele e nessa viagem fui para o Condeza, não gostei, e acabei voltando para o Andina.
Preço da diária: U$13,50 por pessoa
Alimentação Em La Paz:
Restaurante El Pot Colonial
- Calle Linares, em frente ao mercado de las brujas – La Paz – Bolívia
- Comida muito boa e farta: Sopa + Prato a escolher + Sobremesa
- Preço : bs25,00 por pessoa
Transporte
La Paz x Uyuni
O melhor jeito de chegar em Uyuni é de trem. A viagem é muito bonita e você evita as precárias estradas bolivianas. O trem sai de Oruro, e a viagem dura aproximadamente 7 horas, é muito confortável, principalmente viajando na classe executiva. A passagem deve ser comprada com antecedência por causa da grande procura (dois dias é suficiente) no escritório da companhia em La Paz, ou pedindo a alguma agência para comprar para você mediante o pagamento de uma pequena taxa (Bs10,00). É a melhor opção, pois perde-se meio dia para ir ao escritório da empresa.
Ônibus de Turista – La Paz x Oruro
Sai da rodoviária de La Paz às 10:00h e deixa o turista na Estação ferroviária de Oruro às 13:30h. O preço é Bs30,00 + Bs2,00 de taxa de embarque na rodoviária, por pessoa. O ticket pode ser comprado nas agências de turismo em La Paz.
Trem Oruro x Uyuni
Existem duas empresas que fazem esta rota: O Expresso Del Sur e o Wara Wara Del Sur. A primeira sai de Oruro terças e sextas às 15:30h com o preço de Bs101,00 na classe executiva. A segunda sai domingo e quarta às 19:00h ao preço de Bs86,00 na mesma classe.
Outras Informações: www.fca.com.bo
Não deixe de ir
Em La Paz
Desça a Calle Sargánaga, lá você encontrará inúmeras lojas de artesanato e agências de turismo para os mais diversos gostos. Veja o artesanato da famosa Calle de las Brujas. Continue descendo, ao final você verá a bela Igreja de São Francisco. Cruze a Av. Mariscal Santa Cruz passe pela Casa Municipal de Cultura e siga até Calle do Comercio, vire a direita e siga até a Plaza Murilo onde você verá bela Catedral de La Paz, o Palácio do Governo e o Legislativo Boliviano. Seguindo em frente, pela Calle do Comércio você chegará estádio de futebol Hernando Siles. Perto dali encontra-se o Mirador de Laika Cota onde é possível avistar o majestoso Monte Illimany. Retorne pela Av. Villazon passando pela biblioteca Nacional até chegar novamente a Calle Sarganaga, e ai então respire fundo, porque você esta a 3700m , e comece a subi-la novamente, bem devagar.
Chacaltaya e Vale da Lua
A 30km de La Paz fica localizado um dos pontos turísticos mais procurados da capital boliviana: O Chacaltaya. Com 5421m é um dos pico da cordilheira dos Andes. Um pouco mais abaixo, à 5300m, fica a estação de esqui mais alta do mundo, hoje desativadas, é lá que a Van te leva depois de passar por estradinhas íngremes e encostas inteiramente desérticas. Se ainda tiver fôlego para uma caminhada, pode-se alcançar o cume, que reserva uma belíssima vista do amplo vale e de lagunas esverdeadas.
Operadora de Turismo
Colque Tours
Calle Sagarnaga, 213 Galeria Chuquiago, oficina 12 – Tel.: (591-2) 2335576
Escolhemos está agência para comprar o pacote da travessia do Salar por ser uma empresa grande com escritórios em La Paz, Uyuni e San Pedro de Atacama, o que facilita caso necessite de apoio em um desses lugares. Achamos bom o serviço, a única restrição foram os almoços na travessia, em que a comida estava fria. Vimos outras agências que a comida era feita na hora. É bom perguntar.
Lá também compramos o pacote para o Chacaltaya, a passagem de ônibus de turismo para Oruro e a passagem de trem de Oruro para Uyuni.
Preços por pessoa:
- Travessia Salar de Uyuni x S.P.Atacama : U$85,00
- Chacaltaya e Vale da Lua: Bs50,00 + Bs15,00 de Entrada em cada passeio
- Ônibus de Turismo: Bs30,00 + Bs2,00 de Tx. embarque
- Trem Oruro x Uyuni: Bs101,00 + Bs10,00 de Tx de compra da Agência
2 Comentários
Oi Maria José, obrigado por acessar o nosso site e pelos elogios. Bela escolha sua em conhecer a Bolívia, apesar de ser o País mais pobre do nosso continente, ele possui uma cultura incrível e lugares belíssimos para conhecer. Realmente no aeroporto de El Alto em La Paz a mais de 4000 metros é bom se prevenir com o sorojchipill. A página inicial do nosso site possui este link que explica basicamente o que é o mal da altitude. http://toperambulando.com.br/dicas/o-que-e-o-mal-da-altitude/. Qualquer dúvida estamos aqui para tentar ajudar de alguma forma.
Um abraço.
Amei o “relatório”. Eu e meu esposo também somos aventureiros desde a época da faculdade. E mal da altitude então, tivemos os sintomas em CUSCO, Peru, ninguem merece né?
Estivemos recentemente na Guatemala e em julho/13 iremos para a Bolivia. Mas já no aeroporto comprarei o SOROJCHIPILL, pois o médico nos disse que é melhor prevenir. Obrigada pelas dicas……
Maria José – SP/SP