Cachoeira da Fumaça – Chapada Diamantina
Apesar dos muitos atrativos, nos despedimos de Lençóis, aproveitando o roteiro que elaboramos e seguimos para o Vale do Capão, fazendo a Travessia Morro do Pai Inácio x Capão, ultima postagem em nosso blog, com a finalidade de realizar no dia seguinte a bela trilha da Cachoeira da Fumaça.
Nosso objetivo era pernoitar no pequeno vilarejo de Caeté-Açu, mais conhecido como Capão, que pertence ao município de Palmeiras, pois é sempre interessante conhecer e hospedar em outros lugares da Chapada que servem de base para outros passeios. Este lugarejo que conta apenas com uma rua principal e uma pracinha, abriga em seu entorno casas de nativos e de muitos cidadãos do mundo, que ali fincaram morada. Também existem comunidades alternativas de hippies e de esotéricos, que vendem suas bijuterias e artesanato na vila à noite. O Vilarejo é totalmente auto sustentável, inclusive com a realização de coleta seletiva de lixo por parte de seus moradores, mais parecendo um mundo a parte. Não conseguimos hospedagem no Capão por causa do festival de jazz que é realizado anualmente no vilarejo, como alternativa ficamos em Palmeiras a 20 km.
A Cachoeira da Fumaça está localizada dentro do Parque Nacional da Chapada Diamantina, entre os municípios de Lençóis e Palmeiras no estado da Bahia. Possui esse nome porque na época de estiagem, quando apresenta pouca água, a sua queda de grande altura, aproximadamente 380 metros, evapora-se, apresentando uma névoa formada pela ação do vento, trazendo a água de volta antes de chegar ao chão, proporcionando um lindo espetáculo a todos. Esta cachoeira é uma das atrações mais procuradas da chapada e, com certeza, não pode ficar de fora de nenhum roteiro. No dia seguinte seguimos cedo de carro até o início da trilha, no Vale do Capão, onde se encontra a Associação de Condutores de Viajantes do Vale do Capão (ACV-VC), localizado neste mesmo vale, cercado pela Serra do Sincorá e por formações rochosas formando um horizonte mágico. A trilha tem 12 km de extensão, ida e volta, sendo que o primeiro trecho até a chegada ao altiplano, conhecido como Gerais da Fumaça, apresenta mais 1,5 km de um terreno íngreme de desnível acentuado, com uma bela vista do Morrão, percorrido em aproximadamente 1 hora.
Já no segundo, depois de alguns minutos de caminhada, chega-se a um aglomerado de pedras, com visão da Cachoeira da Fumaça de frente, visualizando uma fina cortina de água despencando de um paredão muito alto, dançando de acordo com o vento e, por causa da altura, virando fumaça antes de chegar ao chão. Nestes mirantes, a visão de vales e de seus cânions, em total harmonia com a natureza e num silencio absoluto, vale um minuto de meditação e agradecer ao Pai por fazer parte daquele universo. Na volta da trilha deu para observar bem a presença do imponente Morrão dominando um belo vale cercado de outras montanhas da Chapada da Diamantina que trilhamos no dia anterior. Simplesmente espetacular.
De volta ao Vale do Capão, seguimos de carro, com parada na bela Cachoeira do Riachinho, onde a maioria da galera depois de realizar a trilha da Fumaça, faz um stop para um delicioso e relaxante banho. Posteriormente seguimos para o povoado de Guiné para realizar a nossa tão sonhada travessia do Vale do Pati, que será o nosso próximo post.
Se você está pensando em conhecer a Chapada Diamantina, inclua a Cachoeira da Fumaça por cima no seu roteiro, são 4 horas de caminhada, é imperdível. Mas quem tem mais tempo e bom preparo físico pode (e deve) fazer o alucinante trekking de três dias que leva até a parte de baixo da cachoeira.
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Algumas dicas
– Usar filtro solar, pois a trilha é bem exposta ao sol – Um bastão de caminhada não é obrigatório, mas ajuda muito. – Não existe época para visitar a cachoeira, mas é importante se informar como anda o nível da água antes de começar a trilha, já que o volume depende das chuvas e às vezes a cachoeira pode até estar seca. – São mais de 1,5km de um terreno íngreme de desnível acentuado, por este motivo pessoas sedentárias podem sentir dificuldades. – No final da trilha, fica um senhor vendendo pastel de jaca e água, mas isso é tudo que há para comprar no percurso. Por isso recomendamos levar sanduíches, barrinhas de cereais e muita água. – Muita gente faz a trilha sozinha, mas é recomendado ir com um guia. Além disso, ir com o guia acaba deixando o passeio mais agradável e completo, já que eles costumam fornecer muitas informações sobre a vegetação, história e causos curiosos do local. – Onde comer e onde ficar no Vale do Capão: Ha várias opções de restaurantes e hospedagens. – não deixe de provar a iguaria que mais faz sucesso na vila, o pastel de palmito de jaca. Uma delícia! – Como chegar: Para chegar no Vale do Capão, deve-se ir de Lençóis até Palmeiras, a 56 quilômetros, pela BR-242. De lá, são 20 quilômetros de estrada de terra até o Capão. Quem for de ônibus até Palmeiras pode fretar um carro até Capão. É comum encontrar camionetes oferecendo frete na rodoviária. – Atrações da região: Cachoeira da Fumaça, Morrão, Águas Claras, Cachoeira do Rio Preto, Cachoeira das Rodas, Cachoeira do Riachinho, Poço do Gavião e os Gerais. Gostou desse post? Repasse aos seus amigos!
Veja também: Roteiro de onze dias pela Chapada Diamantina
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